Reino Unido: famílias cortam no aquecimento preocupadas com as contas da casa
Quase dois terços das famílias no Reino Unido estão a racionar o aquecimento central, à medida que pagar as contas da casa se torna a sua “preocupação número um”.
Os resultados são de uma nova pesquisa conduzida pela cadeia de supermercados Asda, que mostra que quase três quartos (70%) das mães considera que pagar as contas da água e energia se tornou menos manejável no último ano. Mais de metade revela ainda já não poder dar-se ao luxo de atestar o automóvel.
A pesquisa baseou-se numa amostra de 5.500 mães que fazem compras nos supermercados. A maioria das entrevistadas disse que o custo de vida é agora a sua maior preocupação, classificando-o como três vezes mais importante do que o desemprego juvenil e quatro vezes mais urgente do que a criminalidade violenta. Reflectindo sobre isso, 62% disse que não pode ligar o aquecimento em casa durante o tempo que gostaria.
Cerca de 68% das inquiridas afirma que gasta agora menos nas actividades em família do que há um ano e 55% não consegue agora poupar tanto. Um quarto das mães tem mesmo recorrido às poupanças para pagar as contas.
Sete em cada 10 mulheres disse que faz agora mais gestão do orçamento do que há um ano e três quartos compara regularmente preços de produtos em diferentes supermercados.
“No ano passado, as mães disseram-nos que estavam a cortar nos luxos. No entanto, já não se trata apenas de poupar dinheiro em férias ou itens caros. Agora a situação está a ficar muito mais grave, com famílias a terem de abandonar o básico que precisam para sobreviver, como o aquecimento e transporte”, explicou Judith McKenna, da Asda.
Cerca de 66% disse que o custo do combustível ou o transporte foram as questões mais críticas que afectaram a família, enquanto 63% disse que o custo dos alimentos é o que mais as preocupa. Mais de metade das inquiridas confessou que o seu padrão de vida caiu no último ano.
Mas não são só as mães que sentem a pressão financeira – no início da última semana, um relatório da Axa revelou que um quarto dos consumidores receiam ter de fazer uma “maior mudança no estilo de vida”. A pesquisa diz que as famílias estão em “perigo real” e têm de começar a fazer alterações, como mudar para uma casa mais barata, desistir de um carro, não fazer férias, cortar nas escolas privadas ou adiar o casamento, os filhos e até a reforma.