“Ao ver o Rui Nabeiro no Prós e Contras, pensei: ‘Admiro as causas sociais que a Delta apoia. Vou ser cliente’”



O debate estava perto do fim quando João Marques de Carvalho, na assistência, pediu a palavra para contar como o investimento da Delta em responsabilidade social foi fundamental para mudar dos seus hábitos de compra.

“O comendador Rui Nabeiro é uma das pessoas, em Portugal, que estão mais ligadas à responsabilidade social, e a Delta talvez a empresa mais reconhecida nesta área”, começou por dizer.

“Um dia, estava a vê-lo no Prós e Contras [programa da RTP1] e pensei: ‘A Delta é uma das empresas socialmente mais  responsáveis… mas eu não sou cliente. Eu respeito e admiro tanto a empresa mas não estou a fazer nada por ela’”, continuou.

“Eu estava farto de saber todas as acções que a Delta, consistentemente, vinha fazendo no âmbito das causas sociais, mas só depois de ver o comendador Nabeiro no Prós e Contra se fez o clique na minha cabeça”, revelou, acrescentando que desde esse dia é cliente da empresa de Campo Maior.

Contada assim, com emoção, esta “estória” foi a perfeita conclusão para duas horas e meias de discussão sobre causas sociais e empresas, marcas e marketing.

O debate começou com a intervenção de Isabel Jonet, a directora da Entrajuda, que explicou que o voluntariado só é possível “porque há pessoas e empresas que vêem a responsabilidade social como mais do que um negócio”.

“O voluntariado alimenta uma parte afectiva que não pode ser descurada. Aliás, o voluntariado está muito vivo em Portugal”, disse Isabel Jonet.

Ainda no tema do voluntariado, a discussão seguiu para a directora de comunicação da Sonaecom, Isabel Borgas, que disse que existiam bons exemplos de voluntariado em Portugal, dando como referência a própria estratégia da Sonaecom.

“O voluntariado começou na Sonaecom em 2004, depois de uma pesquisa interna. Cada colaborador tem oito horas por ano para voluntariado, mas por cada dia de férias que esse mesmo colaborador dedica ao voluntariado, a Sonaecom dá-lhe um dia extra de férias”, revelou Isabel Borgas.

Os colaboradores podem não só escolher o tipo de voluntariado que querem fazer, mas também levar amigos e família para essas acções.

Outro dos conceitos abordados no debate foi o de responsabilidade social mútua. Isto porque uma das conclusões do Good Purpose revelou que é benéfico que empresas e consumidores trabalhem juntos pelas causas sociais.

De acordo com Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta, a última campanha de responsabilidade social da empresa, Tempo Para Dar, parte precisamente deste conceito. “Acho que as empresas deverão partilhar [a sua estratégia e visão] e o Tempo Para Dar trouxe a outra parte, as pessoas que se voluntariaram”, explicou.

A directora-geral de Serralves, Odete Patrício, explicou que os portugueses são altruístas em relação ao tempo que dedicam ao voluntariado. “No Serralves em Festa há uma enorme adesão de voluntários. Foi algo que me surpreendeu”, explicou.

Mais longe foi Eduardo Correia, professor do ISCTE e um dos anfitriões da manhã. “O tempo é um activo muito importante. Falta-nos mobilizar os que, na sociedade, têm tempo para dar: os jovens em idade escolar e os desempregados que recebem subsídios de desemprego”, atirou.

E, no voluntariado, qual o papel das empresas? “Estas acções contribuem para algo que eu acho muito importante: as marcas e empresas com notoriedade servirem de líderes de opinião”.

Internamente, e ainda de acordo com Eduardo Correia, as empresas precisam de serem sentidas e percepcionadas, pelos seus próprios colaboradores, como líderes de formação de opinião. Em áreas como o ambiente, por exemplo.

Em todos os casos, é necessário trabalhar em rede. “Há uma mais-valia quando se trabalha em rede. Os movimentos são mais fortes se forem complementares e não concorrentes. É esta capacidade para trabalhar em conjunto que gera mais valor social, ambiental e cultural. E vai multiplicar os resultados”, concluiu Isabel Jonet.

Recorde aqui a apresentação portuguesa do Good Purpose.





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