Marca 3R6 substitui 100R. Saiba tudo sobre esta certificação ambiental.



Há 16 anos que a Sociedade Ponto Verde – SPV – trabalha junto dos consumidores para maximizar o encaminhamento de resíduos para reciclagem. É uma das marcas portuguesas mais conhecidas do sector do ambiente, como aliás já aqui revelámos, com uma abrangência cada vez maior na sociedade portuguesa.

Através da Ponto Verde Serviços (PVS), a SPV foi responsável pela criação e desenvolvimento da marca 100R, especializada em reciclagem no contexto empresarial.

Hoje, esta marca tornou-se história e foi substituída pela 3R6. “Criei esta marca [100R] como algo aspiracional, mas alguns [consumidores] achavam que era greenwash. Mudámos para 3R6”, explicou hoje de manhã, no Tivoli Lisboa, o director de marketing da SPV e responsável da PVS, Mário Raposo.

Segundo o responsável, a 3R6 pretende “reduzir, reutilizar e reciclar” – daí os 3R –, mediante seis passos essenciais: auditoria, consultoria, formação, avaliação, aferição – ou medição – e visibilidade.

“As empresas tinham necessidade de reduzir custos na gestão destes resíduos. Qualquer espaço comercial, eventos e empresas podem candidatar-se, com o objectivo de maximizar o encaminhamento de resíduos para reciclagem ou, caso isso não seja possível, transformá-los em energia”, avança o responsável.

Para as empresas que já fazem relatórios de sustentabilidade, esta certificação ambiental tem um bónus: a medição de todos os resultados alcançados. Mário Raposo diz que, na verdade, o 3R6 acaba por ser uma marca para comunicar com o consumidor, uma vez que é este que participa em conferências, está nos eventos ou vai aos estádios de futebol. E trabalha nas empresas, claro.

A experiência do Tivoli

Há vários princípios associados ao 3R6: mudar comportamentos, circunscrição [de eventos, conferências, entre outros, de forma a diminuir os resíduos], abrangência, mensurabilidade, legalidade e compliance, melhoria contínua e complementaridade de melhores práticas.

Um dos princípios fundamentais é o da mensurabilidade. “O 3R6 é quantificar, a medição é fundamental”. E os resultados variam muito de sector em sector. Por exemplo, reciclar 35 ou 36% de um concerto ao vivo é um excelente resultado. Numa conferência, por outro lado, as empresas podem atingir os 80 ou 90% de reciclagem.

“Já começamos a ter um bom benchmark sobre o que é um excelente resultado, em qualquer área e indústria”, explica Mário Raposo.

Com a certificação 3R6, a Sociedade Ponto Verde consegue também pôr em marcha um processo de pequenas dicas que fazem a diferença. “Num concerto ao vivo, por exemplo, aconselhamos a evitar a distribuição de folhetos, para não termos de separar papel e o plástico dos copos. São pequenas dicas que fazem toda a diferença”, avança. Rock In Rio e Optimus Alive são dois dos festivais de música clientes do serviço.

Por outro lado, o elemento-chave do processo são as equipas de limpeza. “Elas podem acabar com uma certificação, se não separarem os resíduos”, conclui o profissional.

Um dos clientes do 3R6, a Tivoli Hotels, avança que a certificação paga-se a ela própria. “Se calhar, com o que poupamos na percentagem de indiferenciados [recolhidos], estamos a pagar a certificação”, explicou, no encontro de hoje, Adriana Jacinto, a directora de ambiente, qualidade e segurança do Tivoli Hotels & Resorts.





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