Reino Unido: comércio online levará ao encerramento de 62 mil lojas até 2018

Mais de um quinto das lojas de rua, na Grã-Bretanha, vai fechar as portas até 2018, devido à crescente popularidade das compras feitas pela internet. Como resultado, muitos espaços podem vir a ser remodelados para dar lugar a habitações, já que a previsão é a de que 62 mil lojas encerrem a actividade.
Cerca de 316 mil trabalhadores devem perder os seus empregos, de acordo com um estudo publicado pelo Centre for Retail Research. O grupo independente diz que o país precisa de um programa de reabilitação de €374 milhões (R$ 990 milhões) para construir 20 mil casas nas ruas comerciais e converter os espaços fora de uso em centros comunitários e de lazer, creches e escritórios.
A causa deste fenómeno reside no facto de os britânicos estarem a trocar o comércio nas lojas físicas pelo online – as lojas online já detêm 12,7% dos gastos da indústria retalhista da Grã-Bretanha. Os números devem aumentar para, pelo menos, 22% até 2018.
Grandes cadeias como a Tesco, Wickes, Asda e B&Q já estão a abrir menos grandes lojas e a Marks & Spencer vai mesmo abandonar a construção de grandes superfícies em 2016.
Segundo o relatório Retail Futures 2018, os primeiros encerramentos serão os de farmácias e lojas de saúde e beleza, seguindo-se as que se dedicam a música, livros, artigos de papelaria e presentes, bem como bricolage.
Nos próximos cinco anos, o número de lojas abertas em todo o Reino Unido deve passar de 281.930 para 220 mil. Durante todo o ano de 2018, o estudo prevê que mais 164 empresas vão falir, conduzindo ao encerramento de mais 22.600 lojas e ao desemprego de 140 mil pessoas.
Esta situação irá colocar novos desafios para os planeadores urbanos. Como poderão estes, agora, levar as pessoas para o centro das cidades, sendo que muitos dos argumentos utilizados – ligados ao comércio local – farão menos sentido nos próximos anos?
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