Trocar Lisboa por um monte na Costa Vicentina (com VÍDEO)
Muitos querem-no, mas poucos têm a coragem ou sapiência para o fazer: deixar a vida stressante da capital e abraçar o Portugal rural apostando na agricultura biológica. Rui Rodrigues é um dos casos de sucesso, como pode ver neste episódio do Economia Verde.
Durante anos, Rui trabalhou na área da publicidade, em Lisboa. No ano passado, decidiu comprar um terreno uns quilómetros mais a sul. “Do desenho de anúncios para um novo desenho das terras do Rogil foi um pulo”, explica ele no seu site, Herança Rural. Foi em Rogil, inserido no concelho de Aljezur, Costa Vicentina, que a família Rodrigues escolheu viver nos próximos anos, dando uma volta de 180º na sua vida.
“Temos de pensar que não comemos papel nem parafusos. Alimentamo-nos de vegetais, carne e peixe. Estar independente na parte da alimentação é, para mim, bastante importante, deixa-me tranquilo”, explica Rui Rodrigues ao Economia Verde.
Hoje, a Herança Rural garante a distribuição de cabazes biológicos a mais de 100 clientes, na região do Sudoeste Alentejano mas também Lisboa. A marca tem também um contrato de exportação de abóboras a um comprador alemão, ao mesmo tempo que vai plantando morangos, alface, beterraba, pepino, curgete, cebola, espinafres, rabanetes e manjericão verde e roxo. Um cabaz destes produtos custa €10.
Quanto mais tempo passa na terra, mais se convence que é preciso apostar nos produtos da zona. E dá um exemplo. “A batata doce de Aljezur é considerada a melhor batata doce do mundo, mas a maioria das pessoas já estão a produzir batata doce chinesa, porque dá para fazer duas campanhas por ano. O amendoim é igual, qualquer dia não se faz em Portugal”, avança o neo-agricultor.
“Estamos a perder esta história e não partilhamos esta herança, esta ruralidade. Queiramos ou não, somos um povo de pesca e agricultura”, avançou. Os próximos passos são abrir um agro-turismo e promover iniciativas pedagógicas.
Veja o episódio 71 do Economia Verde.