EUA: seca faz aumentar praga de besouros destruidores de florestas
Desde o final da década de 1990 que os besouros dos pinheiros têm varrido milhões de hectares de floresta nas Montanhas Rochosas, atacando encostas inteiras de árvores e matando-as. No Colorado, este surto parece ter atingido o pico em 2008 e 2009 – mas quando a praga diminuiu, foi a vez de o besouro dos abetos atacar.
Até agora, foram afectados menos hectares de árvores pelo besouro dos abetos do que pelo besouro dos pinheiros – mas também há mais florestas de abetos do que de pinheiros no Colorado. Um novo estudo da Universidade do Colorado revela que a seca foi o condutor da actividade destes insectos que resultou na morte das árvores de florestas de alta altitude nos últimos anos.
Esta seca está associada à mudança da temperatura da superfície do mar – que se espera que se mantenha durante décadas. A longo prazo, revela o Grist, estas grandes infestações de insectos poderão diminuir drasticamente a capacidade de retenção de água e carbono das florestas da América do Norte.
Para analisar as causas da propagação do besouro do pinheiro, os investigadores compilaram registos dos últimos 300 anos de surtos, usando dados dos anéis das árvores e documentos históricos. As temperaturas mais quentes permitem aos insectos acelerar os seus ciclos de vida e expandir-se em números. Mas a análise mostra que a seca se revelou um melhor potenciador para a população de besouros do que a temperatura.
As árvores têm defesas naturais contra os besouros – expulsam-nos com resina. Durante os períodos mais húmidos, como entre 1976 e 1998, o surto foi mínimo porque as árvores foram mais bem-sucedidas na sua defesa, mesmo quando os insectos prosperaram com o calor. A seca, contudo, parece enfraquecer as defesas das árvores, tornando-as frágeis a ataques. Uma vez que se prevê que a seca se mantenha nas Montanhas Rochosas no futuro próximo, estão reunidas as condições propícias ao reinado dos besouros.
Em 2012, mais de 125 mil hectares de floresta foram mortos no Colorado, comparativamente a 25 mil hectares em 2008. A infestação está a ficar mais forte, especialmente em zonas a sul do estado, como San Juan e Rio Grande National Forest.
O estudo põe em causa outras teorias sobre a causa dos surtos destes besouros.
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