Maior concentração da produção garante autosuficiência portuguesa nos cereais



Portugal reúne condições para se tornar autosuficiente na produção de determinados cereais, oleaginosas e proteaginosas, combatendo as importações que dominam o mercado, revela um estudo divulgado em Elvas, Alentejo, pela Associação Nacional de Produtores de Cereais, Oleaginosas e Proteaginosas (ANPOC).

Para combater as importações, Bernardo Albino, o presidente da ANPOC, defendeu uma “maior concentração” da produção, cabendo às organizações de produtores o trabalho de concentrarem a produção e gerar uma “maior homogeneidade” do produto ano após ano.

“Acreditamos piamente que esse caminho é possível, assim queira o Estado, os produtores e a indústria”, explicou à Lusa Bernardo Albino.

O estudo não abrange determinados cereais, como o milho, o sorgo e o arroz, dedicando-se a investigação ao mercado dos trigos (mole e duro), aveia, triticale, centeio, cevada, girassol, soja, feijão, fava e ervilha.

“Dentro destes produtos que organizámos por fileiras, estudámos de que forma a produção agrícola nacional poderia gerar mais rendimento para os agricultores e organizações de produtores. Estamos a falar de importações no sector num valor superior de mil milhões de euros por ano”.

O dirigente agrícola observou que o estudo revela, ainda, que Portugal “não é muito competitivo” na produção de produtos agrícolas indiferenciados, defendendo que o País tem de apostar na “qualidade”.

“Nós não temos capacidade para ser auto suficientes em várias áreas, mas nos produtos de menor valor acrescentado temos imenso espaço para crescer, como é o caso da cevada dística, trigo duro, trigo mole, grão, fava, entre outros”.

Foto: Sob licença Creative Commons





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