Empresa vinícola espanhola vai abater 65 hectares de árvores na Califórnia
À medida que a indústria vinícola na Califórnia continua a crescer, os vinicultores procuram áreas adequadas ao cultivo das suas uvas longe dos vales e mais perto da costa. Mas a espanhola Artesa Vineyards and Winery parece estar a levar essa missão longe demais, com o seu plano para destruir 62 hectares de sequóias e abetos costeiros para dar espaço a novas vinhas.
A Artesa Vineyards and Winery já recebeu permissão por parte do Department of Forestry and Fire Protection da Califórnia para cortar milhares de árvores em Sonoma County. Incapazes de receber a notícia de ânimo leve, os ambientalistas processaram a agência, alegando que a aprovação viola as leis ambientais do estado. Com alturas de até 24 metros, as sequóias em causa fornecem um habitat crucial para a vida selvagem local e protegem os cursos de água da erosão.
Chris Poehlmann, presidente de uma pequena organização chamada Friends of the Gualala River, diz que a indústria do vinho está a mover-se em direcção ao litoral à medida que os vales do interior da Califórnia aquecem e os consumidores revelam preferir uvas de clima frio, como a pinot noir.
Sam Singer, porta-voz da empresa vinícola, argumenta que as árvores têm apenas 50 anos de idade, o que significa que tecnicamente ainda não formam uma floresta. A empresa propõe-se a poupar apenas duas árvores que revelam ser mais antigas que as restantes.
Friends of the Gualala River, Sierra Club’s Redwood Chapter e The Center for Biological Diversity são os nomes das três organizações que avançaram com uma acção contra o produtor em 2012.
As sequóias são as árvores mais altas do planeta, podendo atingir mais de 107 metros de altura e viver até 2.000 anos. Se esta decisão avançar, estamos perante uma enorme perda para o ecossistema de Sonoma County e um ainda maior golpe para a moral e ética das grandes empresas.
Segundo o Inhabitat, um estudo indica que as áreas mais indicadas para receber videiras nas principais regiões produtoras de vinho do mundo poderão ser reduzidas entre 19% a 73% até 2050.