Será o fim da linha para as tecnologias de informação indianas?



Após vários anos de ascensão, a tecnologia de informação (TI) indiana parece estar prestes a atingir o fim da linha e entrar em declínio. No entanto, existem oportunidades que geram milhares de milhões que podem revitalizar esta indústria mas, aparentemente, os executivos indianos parecem incapazes de liderar as empresas na direcção certa.

Não são os outsorcers indianos que perderam capacidades em servir as necessidades do mundo ocidental. O problema, segundo analistas da área, como refere o Quartz, é que a base de clientes destas empresas, nomeadamente os departamentos de TI e os seus directores estão em declínio e não conseguem acompanhar os avanços tecnológicos.

Com o advento dos smartphones, tablets, aplicações e o cloud computing, os utilizadores destas tecnologias passaram a ter acesso directo a melhores dispositivos tecnológicos do que aqueles que os departamentos de TI das empresas indianas conseguem oferecer. Os utilizadores podem fazer downloads gratuitos de várias aplicações para os seus aparelhos. E os sistemas das empresas em questão quando comparados com estas aplicações parecem primitivos. Estas aplicações não necessitam de equipas para desenvolvimento de software nem para manutenção – podem ser customizadas pelo utilizador e ser desenvolvidas por pessoas com conhecimentos básicos de programação.

São necessárias décadas para actualizar os sistemas computacionais e os departamentos de TI das empresas indianas movem-se a passo de caracol. Desta forma, os analistas antevêem apenas mais alguns anos antes de os outsourcers indianos entrarem em declínio.

Porém, os mesmos avanços que estão a mudar as TI estão também a criar novas oportunidades. Os avanços na robótica, na inteligência artificial e na impressão 3D estão a fazer com que as linhas de produção deixem a China e regressem à Europa, aos Estados Unidos e à Índia. A inteligência artificial está a permitir o desenvolvimento de carros que se conduzem sozinhos, sistemas que reconhecem vozes – como o Siri da Apple – e sistemas computacionais capazes de tomar decisões como de humanos se tratassem. E, as tecnologias da inteligência artificial estão também a caminhar para as linhas de produção e a permitir o desenvolvimento de robots cada vez mais inteligentes.

Estas tecnologias estão a tornar-se cada vez mais de mais fácil acesso e baratas. Porém, as unidades de produção americanas parecem não estar a tirar vantagem delas. Muitas não sabem como trabalhar com elas e é aqui onde as empresas indianas podem tirar partido, aprendendo a lidar com este tipo de tecnologia e ajudar as homólogas norte-americanas a redesenhar as suas unidades de produção para produzir e programar robots. Podem também prestar serviços de consultoria de gestão e desenhar novas cadeias de valor.

Este é um mercado de biliões e as empresas indianas podem ainda desenvolver dispositivos inteligentes com aplicação médica, que permitam a cura de doenças, sistemas de entregas efectuadas por drones, cidades inteligentes, professores virtuais e sistemas que melhorem a agricultura. O software e as TI são a base para o desenvolvimento de todas estas inovações e as empresas indianas podem ter muito a ganhar com uma readaptação.

Foto:  Baddog_ / Creative Commons





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