Universidade de Coimbra investiga utilização de bombas geotérmicas em países mediterrânicos (com VÍDEO)



Muito utilizadas nos países nórdicos, por razões óbvias, as bombas de calor não têm recolhido muito interesse dos consumidores dos países mediterrânicos, entre os quais Portugal. Um projecto da União Europeia, porém, está a testar a eficiência das bombas geotérmicas em países junto ao mediterrâneo e com climas mais amenos.

Portugal – e, especificamente, Coimbra – foram escolhidos para a experiência. Como não poderia deixar de ser, a universidade da cidade foi envolvida no projecto. “Pretendemos desenvolver equipamentos com uma eficiência energética muito elevada – muito maior do que a actualmente utilizada nos edifícios”, explicou ao Economia Verde Aníbal Traça de Almeida, investigador da Universidade de Coimbra.

O edifício da Administração Geográfica do Centro foi a cobaia do projecto. Aqui, está a ser instalada uma bomba geotérmica que permite extrair a energia térmica acumulada no subsolo e utilizá-la para a climatização dos edifícios, quer seja Verão ou Inverno. “O subsolo é um reservatório infinito – praticamente – de energia térmica, à temperatura constante. Mesmo num dia muito frio, com temperatura a 0ºC, a temperatura do subsolo encontra-se a 16ºC”, explica o professor Traça de Almeida.

Assim, no Inverno o objectivo passa por ir buscar calor ao subsolo – aos tais 16ºC. No Verão, faz-se o oposto. Vai procurar-se frio – os tais 16ºC – ao subsolo.

Na instalação-piloto de Coimbra, os vários estudos já efectuados demonstram que a bomba geotérmica permite reduzir os consumos de electricidade em mais de 50% face às alternativas tradicionais.

“Com uma unidade de electricidade produzimos seis de energia térmica, é esse o nosso desempenho médio. É um bom negócio”, conclui o professor de Coimbra. “Nos vulgares aquecimentos a óleo, uma unidade de electricidade produz uma de calor. Nesta, com uma unidade de electricidade temos seis de calor”, continua o responsável.

Segundo o Economia Verde, serão investidos €4,3 milhões neste sistema de armazenamento de energia. Edifícios de grandes dimensões, como os hospitais, serão os principais beneficiários desta estratégia.

O objectivo é que países como Portugal sigam o exemplo nórdico: na Suécia há já mais de 1 milhão de bombas de calor, e na Dinamarca, único país europeu que exporta gás natural, desde 2012 que são proibidas caldeiras a gás.

Veja o episódio 193 do Economia Verde.

Foto: Wikimedia Commons





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