Cientistas preparam versão geneticamente modificada do óleo de peixe
Um grupo de investigadores do Reino Unido quer produzir uma versão geneticamente modificada do óleo de peixe sem ter de recorrer a este produto animal. Os cientistas fizeram uma requisição para conduzir o primeiro teste de campo geneticamente modificado dos últimos três anos, no Reino Unido.
Caso o pedido seja aprovado e o estudo executado, nos próximos anos poderá ser desenvolvido óleo de fígado de bacalhau sintético, que poderá estar nas prateleiras dos supermercados em 2020.
O teste será apenas o quinto efectuado no Reino Unido na última década, já que o prospecto dos alimentos transgénicos tem sido encarado com preocupação pelos britânicos – e com razão. Os opositores à manipulação genética manifestaram-se já contra o pedido dos investigadores, indicando que a requisição era um desenvolvimento preocupante e levantava dúvidas sobre os potenciais riscos escondidos para a saúde.
Por sua vez, os cientistas argumentam que uma forma modificada da Camelina – uma planta que normalmente é cultivada para alimentar os animais ou para biocombustível – pode produzir a mesma quantidade de ácidos gordos, nomeadamente o ómega-3, que os óleos de peixe contêm. Ao obter os ácidos através de uma forma vegetal, os stocks de peixe deixariam de ser tão pressionados.
Esta equipa de investigadores tem desenvolvido esta planta geneticamente modificada, através do “corte e colagem” de genes de algas. “Estamos interessados na produção de óleos de peixe através de plantas porque estes óleos e os ácidos gordos ómega-3 são muito importantes para a nutrição e saúde humana”, afirma Johnathan Napier, investigador que lidera o estudo. Estudos recentes indicam que os ácidos gordos presentes no óleo de peixe podem ajudar a prevenir o Alzheimer.