Chamusca vai receber 80% dos óleos usados em Portugal (com VÍDEO)

Os óleos lubrificantes, essenciais para que os veículos circulem todos os dias, são um dos resíduos perigosos produzidos em maior volume em Portugal. A sua regeneração, no nosso País, é apenas feita por uma empresa, a Enviroil, que ajuda a transformar um óleo usado num novo.
“A regeneração de óleos usados é importante porque permite ao País poupar recursos. Os lubrificantes usados são feitos a partir de petróleo, e a regeneração permite reincorporar a matéria-prima e produzir novos lubrificantes sem recorrer a mais reservas de petróleo”, explicou ao Economia Verde Rui Lopes, da Enviroil.
Na verdade, o processo de transformar o óleo velho num novo ainda não é bem aceite pela generalidade dos consumidores – isto apesar da forte regulação do sector, liderada pela própria União Europeia.
A actual regeneração de óleos usados é feita num unidade de pequenas dimensões, em Torres Novas, mas em Março será inaugurada uma nova fábrica, na Chamusca, que terá capacidade para receber e tratar 20 mil toneladas de óleos usados por ano.
“Esta unidade vai permitir ao País atingir os objectivos a que se propôs no que toca à regeneração. Por outro lado, vai permitir aumentar o Produto Interno Bruto (PIB), porque vamos acrescentar valor dentro do País”, explica Rui Lopes.
Portugal não tem apostado neste sector – só em 2013 houve um enquadramento legal específico para esta matéria –, mas Rui Lopes acredita que, desde o ano passado, começou a existir uma preocupação pelo “princípio da auto-sustentabilidade”.
“O País está a criar capacidades próprias para resolver este tipo de problemas”, frisou ao Economia Verde. “Para um investidor, este era um tema difícil”. Agora, aparentemente, deixou de o ser.
Paralelamente, a nova solução de tratamento de resíduos evita o uso de recursos naturais finitos e protege o ambiente.
Veja o episódio 196 do Economia Verde.
Foto: Steve Snodgrass / Creative Commons