Programação vai passar a ser obrigatória no currículo escolar do Reino Unido



A partir do próximo mês de Setembro, unidades curriculares de linguagem de programação vão passar a ser obrigatórias em todas as escolas do Reino Unido, desde o ensino primário ao secundário. A introdução das novas unidades curriculares, que há muito que estava a ser pensada pelo Ministério da Educação britânico, é uma medida para substituir as disciplinas de Tecnologias da Informação e Comunicação, que foram retiradas do currículo há quase dois anos.

Para a massificar a introdução da programação nas escolas, mas também para incentivar a população em geral a aprender a programar e codificar, o Governo britânico implementou uma campanha de comunicação, conhecida como “Year of Code”.

Um dos objectivos do Governo com a implementação do novo programa é criar uma geração de mentes brilhantes, que possam ser os próximos génios da Google e Microsoft e potenciar a economia britânica, tal como referiu o secretário de estado da educação numa entrevista à BBC. “Não havia alternativa à implementação deste programa, a menos que se queira que os próximos Googles e Microsofts sejam criados noutro país”, afirmou Michael Gove, cita o Pando.

Apesar de, na teoria, a ideia parecer boa, existem muitas dúvidas de que a ideia possa funcionar na prática. O programa foi já criticado à esquerda, centro e direita, desde a escolha da directora do programa – que não sabe programar e afirmou na emissora britânica que qualquer pessoa pode aprender a programar num dia – à composição dos restantes elementos que vão delinear o programa, já que muito poucos estão ligados à área da programação.

Outra das críticas é o pequeno montante que o Governo britânico vai investir para introduzir a programação nas escolas, cerca de €607 mil, que deverão servir para ensinar os professores a programar. Adicionalmente, o Google fez uma doação de €146 mil e outros €2,4 milhões deverão vir da Sociedade Britânica de Computação, que vai também enviar formadores para as escolas para ensinar os restantes docentes.

O objectivo do Governo britânico é ambicioso para tão pouco dinheiro a ser investido – e dado que existem programadores em todas as partes do mundo, Porém, a intenção é clara: os próximos gigantes tecnológicos têm mais probabilidade de ser criados em locais onde a programação é ensinada desde a infância. E Portugal, deveria investir num currículo escolar com disciplinas de programação?

Foto:  Marjan Krebelj / Creative Commons





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