Airbnboi? Empresa brasileira aluga pastagens durante períodos de seca
Há cada vez mais empresas de tecnologia a virarem-se para soluções para melhorar a vida dos agricultores. Uma delas, a brasileira Pastar, oferece um mercado online para os agricultores negociarem gado e disponibiliza um sistema de procura de pastagens para alugar durante os períodos de seca. Uma espécie de Airbnb para animais.
A ideia pertenceu a Matheus Ladeia, de 20 anos, que decidiu iniciar o negócio depois de acompanhar as dificuldades que os agricultores enfrentavam durante o período seco. “A seca que atingiu a Bahia, nos últimos anos, foi intensa. Quando as reservas de alimento acabavam nas quintas, precisávamos de levar os animais para outras propriedades rurais na região, mas não tínhamos conhecimento sobre as terras disponíveis”, explicou ao Planeta Sustentável Ladeia, que também é estudante de engenharia.
Segundo a empresa, a pecuária da Bahia registou um prejuízo de €358 milhões (R$ 1,1 mil milhões), em 2012, devido à perda de animais pela seca.
Trabalhando ao lado de dois sócios, Matheus conta com o apoio da Cooperativa de Produtores de Vitória da Conquista para procurar novos clientes. Após o agricultor escolher a propriedade mais adequada ao seu caso, a startup realiza a intermediação do negócio entre os proprietários, com a assinatura de um contrato prévio.
“Implantamos um cálculo automático para frete e vamos desenvolver um sistema de geolocalização para o agricultor encontrar as melhores oportunidades de terras”, diz Ladeia. Como modelo de negócio, a Pastar recebe uma percentagem na negociação futura das cabeças de gado.
Mais recentemente, Pastar decidiu estudar a criação de um sistema de monitorização bovina de baixo custo, para que os proprietários rurais consigam obter informações remotas do seu rebanho e saibam as condições dos animais.
Com cerca de 60 clientes inscritos na plataforma e quatro operações concluídas, a startup pretende fechar 2014 com mais de 200 transações entre os agricultores, movimentando aproximadamente €490 mil (R$ 1,5 milhões). Se isso acontecer, terão sido salvos entre dois a três mil animais.
Foto: francisco.j.gonzalez / Creative Commons