Lixo tóxico australiano vai ser enviado para França
Uma empresa australiana de químicos, a Orica, deverá enviar 15 mil toneladas de lixo tóxico para França, ao abrigo de várias convenções, para que os resíduos possam ser tratados e acabem com uma saga de vários anos.
O produto em questão é o hexaclorobenzeno – um subproduto e suspeito carcinogéneo humano proveniente do fabrico de solventes –, e está armazenado no porto de Botany Bay, em Sidney. Porém, a Austrália não possui infra-estruturas nem meios para tratar estes resíduos.
A empresa tinha já tentado despachar alguns dos resíduos, produzidos entre 1963 e 1991, para a Dinamarca, em 2010, mas esta intenção foi parada pelo Governo dinamarquês, refere o Guardian. Em 2007, os protestos voltaram a repetir-se quando a Orica tentou exportar o lixo tóxico para a Alemanha.
A empresa de químicos anunciou agora que fez um pedido, através do Governo australiano, para exportar 132 toneladas de hexaclorobenzeno para instalações em França, que são geridas pela Tredi. Se o pedido for aceite, as restantes toneladas de lixo tóxico serão enviadas posteriormente, também para tratamento.
“Se o pedido da Orica for bem-sucedido, acreditamos que vamos ter os meios para resolver um vasto legado industrial e ambiental”, afirma o responsável pela responsabilidade social da empresa, Gavin Jackman. “Este processo pode assegurar que o legado não é deixado para futuras gerações”.
A Austrália é um dos signatários das convenções de Basileia e Estocolmo, que lidam com os protocolos internacionais para o tratamento de resíduos tóxicos. Segundo a Orica, o pedido de exportação dos resíduos cumpre as normas das convenções.
A Greenpeace, contudo, já se opôs mais uma vez à exportação destes resíduos perigosos, devido aos riscos de transporte, mas também porque é contra a incineração.
Foto: HaPe_Gera / Creative Commons