Consumo de carne está a provocar alterações climáticas perigosas



Comer menos carne é “essencial” para assegurar que a procura futura por carne possa ser suprida e que alterações climáticas “perigosas” podem ser evitadas. As conclusões são de um grupo de investigadores das universidades de Cambridge e Aberdeen. A equipa frisa ainda que a produção de alimentos, nomeadamente de carne, pode exceder as metas para as emissões de gases com efeito estufa em 2050, se as tendências actuais de produção continuarem.

O crescimento populacional, e uma cada vez maior tendência para dietas ricas em carne, significa que a produção agrícola crescente não vai ser suficiente para responder às necessidades alimentares para uma população de 9,6 mil milhões de habitantes em 2044, indicam os investigadores.

O aumento da desflorestação, o uso de fertilizantes e as emissões de metano pelo gado doméstico deverá fazer com que as emissões de gases com efeito estufa inerentes à produção alimentar aumentem quase 80%.

“As práticas agrícolas não estão necessariamente em falta aqui, mas as nossas escolhas alimentares sim. É imperativo encontrar maneiras de atingir os níveis mundiais de segurança alimentar sem aumentar os terrenos de pastoreio e de cultivo”, afirma Bojana Bajzelj, investigadora principal de Cambridge, cita o Daily Mail.

“A produção alimentar é um dos principais factores que contribuem para a perda de biodiversidade e um grande contribuidor para as alterações climáticas e poluição. Diminuir o desperdício alimentar e o consumo de carne, em dietas mais equilibradas, são opções essenciais”, indica a investigadora.

De acordo com o estudo, publicado na revista Nature Climate Change, as actuais tendências em produção alimentar significam que em 2050 os terrenos agrícolas ter-se-ão expandido 42% e o uso de fertilizantes aumentado 45%, por comparação com os níveis de 2009. A investigação indica ainda que durante os próximos 35 anos, cerca de um décimo das florestas tropicais intactas do mundo desaparecerá.

Os investigadores testaram no estudo um cenário hipotético onde todos os países teriam uma dieta média balanceada, sem consumo excessivo de açúcar, gorduras, carne e derivados.

Foto: Asian Development Bank / Creative Commons





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