EUA: Principais movimentos contra alterações climáticas fundem-se para ganharem dimensão
Os dois maiores movimentos norte-americanos na luta contra as alterações climáticas, o 350 e o 1Sky, vão fundir-se, anunciaram membros das duas organizações.
“Nós, ambientalistas, ouvimos isto periodicamente de amigos, familiares e outros cidadãos preocupados: ‘Quem me dera que não houvessem tantos grupos. É confuso. Não sei em que grupo me hei-de voluntariar. Não seria melhor se todos se juntassem?’”, explicaram, em comunicado, Bill McKibben, do 350, e Betsy Taylor, do 1Sky.
De acordo com os responsáveis, é necessário um grande movimento das bases para que o tema das alterações climáticas – e as suas consequências – esteja, de facto, na agenda dos norte-americanos.
“Os canais políticos habituais – os que estão cheios de interesses especiais, lobistas e outros defensores do status quo – falharam. Confiar na boa vontade das corporações para reduzir as emissões de acordo com os seus próprios interesses não é tanto uma anedota… é mais uma fantasia absurda”, explica aqui o Treehugger.
O objectivo desta união é construir um movimento que, contando com uma base populacional suficientemente grande, consiga parar as grandes empresas petrolíferas e a indústria do carvão – e outras indústrias poluidoras.
“Estamos a lutar contra o maior assalto de sempre ao ambiente. Nas últimas semanas, os nossos grupos ambientais mais antigos tiveram de lutar sem parar apenas para conseguir que o Congresso não acabasse como Clean Air Act. E um presidente que foi eleito com a promessa de uma mudança energética transformacional está a inaugurar várias novas minas de carvão no Wyoming”, explicaram ambas as organizações, em comunicado.
A 1Sky tem coordenado várias iniciativas ambientais, no terreno, em todos os estados norte-americanos, enquanto o 350 está já presente em 188 países de todo o mundo. A unificação das duas organizações será feita sob a marca 350.
O grande desafio da nova organização será chegar à América rural, onde a maior parte da população não está muito preocupada – se é que acredita – nas alterações climáticas.
Em Outubro, o Green Savers questionou a então presidente da Quercus, Susana Fonseca, se fazia sentido criar um partido político verde e independente. Recorde aqui a entrevista e a resposta da actual vice-presidente da associação.
E em Portugal, caro leitor, fará sentido que as diferentes organizações ambientalistas se unam para ganhar mais poder na luta contra as alterações climáticas? Ou são tão específicas no seu campo de trabalho que esta unificação não fará sentido?