Recuperação das minas de Lousal dá nova vida à economia de Grândola (com VÍDEOS)
Juntamente com Canal Caveira, Aljustrel, Neves Corvo e São Domingos, a mina de pirite do Lousal, em Grândola, fez parte da chamada Faixa Piritosa Ibérica, uma área geográfica cuja exploração mineira data da época dos romanos.
A mina do Lousal funcionou desde o final do século XIX até 1988, data em que foi encerrada definitivamente, levando à decadência da aldeia vizinha. Anos mais terde, a Câmara Municipal de Grândola e a Fundação Frédéric Velge iniciam um projecto de revitalização do Lousal – chamado ReLousal, um programa turístico, cultural e de preservação ambiental que pretende reforçar a identidade mineira.
Um dos objectivos é aproveitar a mina do Lousal como centro de turismo e ciência da natureza. “Houve uma primeira fase de intervenção que teve um investimento total de €4,7 milhões, que recuperou ambientalmente este espaço, para não perder a memória e identidade mineira que este espaço sempre teve”, explicou ao Economia Verde Jorge Relvas, presidente do Centro de Ciência Viva Lousal.
“Neste momento está a decorrer uma segunda fase do projecto, no valor de €2,5 milhões”, continuou.
Por razões de segurança, o interior da mina está encerrado ao público, mas o projecto tem um programa de €400 mil, já aprovado, para garantir que todos os interessados a irão, em breve, poder visitar.
O ReLousal tem dois polos essenciais, o Centro de Ciência Viva e o Museu Mineiro, e é aqui que a maior parte dos turistas tem passado o tempo. E foram muitos desde 2010, cerca de 45 mil. Ao seu lado foram crescendo outros negócios: um restaurante, um hotel rural e lojas de artesenato.
Por todo o País, dezenas de minas continuam abandonadas e sem projectos de recuperação conhecidos – a reabilitação da aldeia mineira do Lousal é a prova de que a dinamização económica destes locais não é um bicho de sete cabeças.
Foto: Gustavo Veríssimo / Creative Commons