CGD é o primeiro banco português com sistema de gestão ambiental
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) tornou-se este mês no primeiro banco português a implementar um sistema de gestão ambiental (SGA) com a norma internacional ISO 14001. O sistema foi implementado no edifício-sede da CGD, em Lisboa, ao longo do último ano e meio.
Após a conclusão da etapa de certificação, nas últimas semanas, a CDG irá “estender a certificação a outros edifícios centrais, rede comercial e restantes redes do grupo”, pode ler-se na edição de 2014 do anuário da sustentabilidade da Bio Rumo.
“Foram definidos objectivos e metas quantitativas para a redução do impacto ambiental de vários aspectos, nomeadamente consumo de papel, consumo de água e copos de plástico, recolha separativa e valorização de resíduos”, de acordo com o documento.
O cumprimento dos requisitos do ISO 14001 levou também a alterações aos processos, sobretudo ao nível da gestão de resíduos – seperação selectiva de resíduos – e consumo de materiais. Foi impulsionada a limitação de impressão a cores e a impressão em frente e verso.
O público-alvo do projecto englobou os utilizadores do edifício-sede da CGD, ou seja, colaboradores, fornecedores, clientes e visitantes. Para além de cumprirem a racionalidade no consumo de recursos, os colaboradores passaram a identificar oportunidades de melhoria, através do envio de sugestões e reclamações – por outro lado, eles assumiram o papel de embaixadores do ambiente.
Foram também definidos critérios ambientais que vieram a integrar os contratos com fornecedores, através de cláusulas gerais de salvaguarda de requisitos ambentais. Os fornecedores e prestadores de serviços passaram a assegurar o cumprimento da legislação ambiental de segurança e saúde no trabalho, para além de promoverem as boas práticas ambientais.
“A implementação do SGA vai ao encontro do desafio estratégico assumido pelo grupo CGD, contribuindo para garantir a sustentabilidade e competitividade da CGD ao nível organizativo e do modelo de negócio”, explica o documento. Por outro lado, esta é uma forma de a CGD “responder à exigências e expectativas actuais dos stakeholders estratégicos, antecipando eventuais tendências emergentes do mercado e da sociedade em geral”.
Recorde-se que, em 2013, a CGD tinha já aderido aos princípios do Global Compact, que contemplam, entre outros, o ambiente.
Os resultados
Em comparação com 2012, a implementação de boas práticas ambientais no edifício-sede da CGD permitiu reduzir, em 2013, 6,4% no consumo de água, 3% no consumo de electricidade, 6,3% no consumo de papel e 51.2% no consumo de envelopes.
Das 423,9 toneladas de resíduos produzidos no edifício-sede, 90% foram encaminhados para valorização. Consequência das medidas de eficiência energética e da racionalização do consumo de água e papel, em 2013 a CGD reduziu em €119.000 a facturação associada ao consumo de electricidade, em €13.000 ao consumo de água e em €6.000 à compra de papel branco. Face a 2012 foi também obtida uma redução de 14,2% das emissões de gases com efeito de estufa.
Uma equipa multidisciplinar
Para a concretização do projecto foram envolvidos 26 departamentos, sete entidades externas e 11 fornecedores e prestadores de serviços. Internamente, foi também nomeado um representante de gestão para o SGA, o director-central da direcção de comunicação e marca.
Para além dos recursos internos, a CGD contou com o apoio da PwC, do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), da APCER, da Fidelidade e da Ecopilhas
Fases do projecto
1ª Fase (Janeiro de 2013): preparação e planeamento que englobou a realização de um diagnóstico da situação CGD para cada aspecto ambiental
2ª Fase (Junho de 2013): identificação e avaliação dos aspectos ambientais e criação de plano de acção.
3ª Fase (Dezembro de 2013 a Janeiro de 2014): implementação e operação, definição e aprovação dos KPI (key performance indicators) e elaboração de um plano de comunicação do SGA.
4ª Fase (Junho de 2014): monitorização e medida dos resultados obtidos e avaliação da conformidade do plano de implementação com os requisitos da norma ISO 14001.
5ª Fase (Setembro a Outubro de 2014): auditoria externa co vista à obtenção da certificação.
Foto: Pedro Ribeiro Simões / Creative Commons