Habitantes de São Paulo passam um mês por ano no trânsito
Os paulistas passam cerca de um mês por ano dentro dos seus carros, no trânsito, de acordo com o director da consultora Green Mobility, Lincoln Paiva.
Em entrevista publicada no Menos Um Carro, o movimento pela mobilidade sustentável em Lisboa, o especialista explicou que os habitantes de São Paulo passam entre duas a três horas diárias nos congestionamentos. “Somando todas estas horas, uma pessoa que vai para o trabalho de carro em São Paulo passa um mês inteiro dentro do automóvel”, avisou.
Ao todo são 200 quilómetros de morosidade diária, que leva à perda de tempo, desperdício de dinheiro em combustíveis e milhões de gases tóxicos e CO2 emitidos para a atmosfera. Já para não falar do stress de passar a vida no trânsito.
Numa entrevista muito completa e que foi dividida em duas partes, Paiva argumentou que as empresas são dos principais interessados em melhorar a mobilidade sustentável, uma vez que elas “poderiam ser mais produtivas e, consequentemente, mais rentáveis”. “As empresas são responsáveis pelos grandes volumes de deslocações das cidades. As escolas e as universidades são a segunda maior causa”, revelou.
Depois deste primeiro conceito de mobilidade corporativa sustentável, a Green Mobility avançou para outros, tanto nos segmento público como privado, e que envolveram o incentivo ao uso de transporte não motorizado e o desenvolvimento do conceito de cidadão multimodal.
Lincoln Paiva defende ainda que as pessoas “precisam de morar mais próximo do trabalho e evitar grandes deslocações”, assim como a necessidade de um incentivo ao transporte não motorizado.
Revelando que São Paulo, ao contrário do que foi feito na Alemanha, não está a aproveitar o Mundial para “mudar a cultura dos seus cidadãos para uma mobilidade mais sustentável”, o consultor destacou cidades como Munique, Freiburg ou Berlim, na Alemanha, Copenhaga (Dinamarca), Amesterdão (Holanda), Barcelona e San Sebastian (Espanha), Portland, Washington ou Boulder (Estados Unidos) como bons exemplos de mobilidade.
Sobre Lisboa, cidade que conhece, realçou o eléctrico e o “transporte de boa qualidade”, mas reconheceu alguns “problemas nos horários de ponta”.
Consulte a primeira parte da entrevista.
E aqui a segunda.