Brasil lidera ranking de assassinatos de ambientalistas em 2014



Todas as semanas, duas pessoas são mortas no planeta por lutar contra a destruição ambiental, de acordo com o relatório How Many More?, desenvolvido pela ONG Global Witness.

O relatório é realizado desde 2002 e contabiliza o número de assassinatos de activistas ambientais – a maioria é morta durante confrontos policiais, outros por profissionais.

Assim, em 2014, 116 pessoas foram assassinadas em 17 países – um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Vinte e nove destes crimes aconteceram no Brasil. Segue-se a Colômbia, com 25 casos, as Filipinas (15), Honduras (12), Peru (9) e Guatemala (5).

A América do Sul e Central são as zonas onde ocorrem grande parte dos conflitos – e onde há mais vítimas mortais. Os crimes são provocados, sobretudo, por disputas de terra. Também há crimes devido à utilização de água, construção de barragens, desflorestação, agropecuária e mineração.

De acordo com o relatório, 40% das vítimas são indígenas. A Honduras é o país que tem acumulado o maior número de mortes de ambientalistas nos últimos anos. Entre 2002 e 2014, 111 activistas perderam a vida.

“Nas Honduras e em todo o mundo, os defensores do ambiente estão a ser mortos a tiros em plena luz do dia, sequestrados, ameaçados ou julgados como terroristas porque estavam no caminho do chamado desenvolvimento, afirmou Billy Kyte, representante da Global Witness. “Os verdadeiros autores desses crimes – um poderoso elo de interesses corporativos e estatais – estão a escapar impunes. São necessárias medidas urgentes para proteger os cidadãos e levar os agressores à justiça.”

A organização britânica acredita que o número de assassinatos seja ainda maior, já que muitos não são registados ou passam despercebidos pelas autoridades locais.

listaFoto: Gabriel Cabral / Creative Commons





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