Como as alterações climáticas podem ajudar a espalhar a asma
Cerca de 500 mil pessoas, em Portugal, sofrem de asma, uma doença que afecta 11% das crianças entre os seis e os 14 anos. Nos Estados Unidos, os dados são ainda mais alarmantes. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), existem cerca de 25 milhões de asmáticos – quase 10% da população.
Nos últimos anos, porém, os diagnósticos de asma aumentarem drasticamente. Entre 2001 e 2009, segundo o CDC, o número de pacientes diagnosticados com asma aumentou em 4,3 milhões. A asma é já a principal causa de absentismo escolar no país.
Os sintomas da asma são normalmente despoletados por poluição atmosférica a alergias, mas as alterações climáticas podem exacerbar o problema e estarão na origem de muitos destes sintomas.
“As plantas estão a começar a polinização mais cedo, e esta dura mais tempo”, explicou ao Scientific American Alan Goldsobel, alergologista da Allergy and Ashtma Associates of Northern California.
As alterações climáticas afectam a duração das estações e contribuem para um padrão climático mais errático. Estas mudanças não só estão a levar as plantas a libertar pólen mais cedo e durante mais tempo mas, também, a fazê-lo em quantidades maiores.
Segundo o médico Geetika Sengupta, que há mais de dois anos é responsável pelo Breathmobile – um autocarro que percorre a cidade de Alameda, na Califórnia, para ajudar os cidadãos com asma – a doença pode ser despoletada por diferentes stressantes para diferentes pacientes.
Para alguns, as alergias podem despoletar os sintomas. Por outros, o exercício físico ou as constipações são os principais responsáveis. Também a poluição atmosférica provocada pela circulação de veículos pode estar por trás do aumento de casos de asma no mundo.
No início do mês, o presidente norte-americano Barack Obama recordou o medo que sentiu durante os ataques de asma da sua filha Malia, e de como o incidente o colocou mais próximo do debate sobre as alterações climáticas.
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