A genética é a chave para combater a estrela-do-mar-coroa-de-espinhos



Os cientistas estão mais perto de combater a estrela-do-mar-coroa-de-espinhos, destruidora de corais, na sequência de um estudo da Universidade de Queensland sobre a genética da praga.

Num estudo inédito a nível mundial, os doutorandos da Universidade de Queensland, Marie Morin e Mathias Jönsson, analisaram a genética dos invertebrados tóxicos que comem corais e que se encontram na Grande Barreira de Coral.

“Ao compreender como funcionam os genes da estrela-do-mar coroa-de-espinhos (COTS), podemos desvendar os mecanismos subjacentes aos seus principais comportamentos e encontrar formas de impedir a sua reprodução”, afirmou Marie Morin.

Neste estudo, analisámos a “expressão genética”, que é o processo pelo qual a informação codificada num gene é utilizada para criar um produto genético funcional, como uma proteína ou ARN.

“Identificámos mais de 2000 genes codificadores de proteínas que se alteraram significativamente entre o verão e o inverno”, acrescentou.

A equipa de investigação também encontrou formas de isolar os genes que comunicam durante o processo de reprodução da estrela-do-mar.

“Este é um sinal promissor porque, se conseguirmos encontrar formas de interromper geneticamente esta comunicação, poderemos impedir a reprodução da estrela-do-mar”, afirmou Morin.

O próximo passo da investigação envolverá mais análises genéticas e, potencialmente, o desenvolvimento de medidas naturais de controlo de pragas na Grande Barreira de Coral.

O autor sénior, Professor Bernard Degnan, disse que a análise da estrela-do-mar selvagem, em oposição à estrela-do-mar capturada, foi fundamental.

“A análise de animais marinhos em laboratório pode causar alterações no animal e na sua genética funcional”, disse.

“Ao capturar a estrela-do-mar-coroa-de-espinhos no coração profundo da Grande Barreira de Coral (GBR), conseguimos descobrir o que está realmente a acontecer nas populações selvagens”, acrescentou.

A Diretora do Programa de Inovação de Controlo COTS da Fundação GBR, Dra. Mary Bonin, afirmou que, embora a estrela-do-mar coroa-de-espinho seja nativa da Grande Barreira de Coral, os surtos são uma grande ameaça e a proteção dos corais é fundamental para a saúde e resiliência do recife a longo prazo.

“Esta investigação empolgante abre caminho ao desenvolvimento de novas ferramentas de controlo para ajudar a enfrentar esta ameaça à saúde dos recifes”, afirmou Bonin.

A investigação foi publicada na revista PLOS Biology.

 





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