Águas de Coimbra espera que no fim de 2024 se decida agregação a outros concelhos
A empresa Águas de Coimbra espera que no fim de 2024 possa haver condições para se poder tomar uma decisão quanto a uma solução intermunicipal de gestão da água, que junte Condeixa-a-Nova, Mealhada e Miranda do Corvo.
“Até ao final do próximo ano, esperamos estar em condições de tomar essas decisões”, afirmou o presidente da empresa municipal Águas de Coimbra, Alfeu Sá Marques, que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa de balanço de metade do mandato à frente daquela entidade.
No final de outubro, as Câmaras de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Mealhada e Miranda do Corvo decidiram analisar uma solução intermunicipal para a exploração e gestão da água, saneamento e resíduos sólidos.
Ontem, em conferência de imprensa, Alfeu Sá Marques referiu que já foi lançado o concurso internacional para ser realizado um estudo de viabilidade, que terá um prazo de execução de seis meses, e que, no final de 2024, os municípios envolvidos possam tomar uma decisão.
Para o presidente da Águas de Coimbra, o principal benefício desta possível agregação será um aumento de escala.
Disse também que esta solução representa um passo para uma ideia de “área metropolitana”.
“A porta está sempre aberta para outros”, esclareceu, referindo que, desde o início do processo, a empresa ainda não foi contactada por mais nenhum município.
Alfeu Sá Marques recordou também a legislação que beneficia soluções intermunicipais em candidaturas a fundos comunitários, explicando que, no final do estudo, poderão aderir os quatro municípios envolvidos ou apenas dois ou três deles.
Durante a conferência de imprensa, o presidente da empresa municipal salientou que a Águas de Coimbra registou um resultado positivo de 2,7 milhões de euros em 2022 e que também deve manter-se em terreno positivo no fecho do presente ano (cerca de três milhões de euros de lucro), contrariando o resultado negativo de 2,2 milhões de euros em 2021 (iniciou o mandato no final desse ano).
Alfeu Sá Marques esclareceu que foi necessário aumentar o tarifário, depois de um ciclo de descida de preços cobrados ao consumidor entre 2013 e 2021, “em contraciclo com as tarifas aplicadas em alta”.
Ao longo dos dois anos, a empresa aplicou o princípio do poluidor pagador (penalizando o excesso de carga poluente nas águas residuais industriais), aumentou a cobertura do sistema de telemetria de 60% para 80% (que se espera que seja próximo dos 100% até ao primeiro trimestre de 2025), reduziu a percentagem de água não faturada, aumentou o número de clientes (mais 1.100 em dois anos) e reduziu as dívidas não cobradas aos clientes, referiu.
Apesar de ter como objetivo chegar ao final do mandato com uma percentagem de perdas na ordem dos 15%, a Águas de Coimbra continua a registar perdas próximas dos 20%, mas Alfeu Sá Marques vincou que continua a acreditar que será possível atingir esse objetivo.
Até 2025, estão previstas também obras para servir algumas povoações do concelho que ainda não estão cobertas pela rede fixa.