Águas do Vale do Tejo apresenta projeto de erradicação de espécie invasora em Castelo de Vide



A Águas do Vale do Tejo (AdVT) vai apresentar na terça-feira o resultado de um projeto, considerado pioneiro em Portugal, com uma “abordagem estruturada” para a erradicação, controlo e prevenção da espécie invasora ludevígia (Ludwigia).

O projeto, intitulado “Erradicação, Controlo e Prevenção da Espécie Invasora Aquática Ludwigia grandiflora”, foi desenvolvido após ter sido detetada a presença desta espécie na albufeira de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide, distrito de Portalegre.

“A Águas do Vale do Tejo, enquanto entidade responsável pelo abastecimento de água em alta na região, ao tomar conhecimento da presença da espécie na albufeira de Póvoa e Meadas, local de captação, tomou a iniciativa de fazer um levantamento dos locais afetados, já que a Ludwigia grandiflora representa um risco para o ambiente e para a qualidade da água”, lê-se num comunicado da AdVT.

De acordo com a AdVT, o projeto divide-se em três fases, tendo a primeira fase já sido implementada, visando a “remoção e transporte” da ludevígia, “induzindo um estado de ‘stress’ hídrico que resultará na sua morte”.

Esta fase contemplava ainda a instalação de barreiras de contenção flutuantes em locais estratégicos com o objetivo de “mitigar a dispersão” da espécie para outras zonas da albufeira.

A segunda fase, que está nesta altura em implementação, contempla a restauração das áreas intervencionadas com a transplantação de espécies autóctones presentes na albufeira.

A terceira e última fase do projeto, segundo a AdVT, será desenvolvida na terça-feira e passa pela realização de ações de sensibilização e colocação de painéis informativos e interpretativos sobre a flora local e as espécies invasoras.

“Apesar deste projeto ter contribuído para a remoção quase integral da espécie invasora na albufeira de Póvoa e Meadas, é expectável que possam permanecer no terreno pequenos fragmentos que poderão contribuir para o reaparecimento da espécie”, alerta a AdVT na nota.

Assim, será necessário realizar “uma ação de monitorização e controlo” na primavera de 2025, com o objetivo de mapear geograficamente a espécie e “remover por completo” todos os vestígios da mesma, acrescenta a AdVT.

Depois, “anualmente, deverão realizar-se outras ações semelhantes, até a espécie invasora não ser detetada por dois anos consecutivos, com o objetivo de garantir a sua erradicação”, sublinha.

A AdVT salienta ainda que o sucesso do projeto “contribuirá para a prevenção da dispersão” da espécie para jusante, “evitando impactos negativos” na ribeira de Nisa e, potencialmente, no Rio Tejo, bem como para a melhoria do estado ecológico da albufeira de Póvoa e Meadas.

O projeto resulta de uma parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e é cofinanciado pelo Fundo Ambiental.

A apresentação do projeto irá decorrer na terça-feira, pelas 11:00, na Estação de Tratamento de Água de Póvoa e Meadas, concelho de Castelo de Vide, distrito de Portalegre.





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