Al Gore: “A COP28 está agora à beira do fracasso total”
Al Gore considera que “a COP28 está agora à beira do fracasso total” e que “restam 24 horas para mostrar de que lado está o mundo”.
As declarações do antigo vice-presidente dos Estados Unidos, partilhadas no Twitter, surgem depois de os Emirados Árabes Unidos (EAU), que presidem à 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP28), terem proposto uma via intermédia para reduzir a utilização de combustíveis fósseis em todo o mundo, gorando expectativas a muitos países e organizações.
O novo texto deixa de referir a palavra “saída” dos combustíveis fósseis, incluindo agora todo um cardápio de desejos dos países produtores e exportadores de petróleo, como a menção de tecnologias incipientes de captura e armazenamento de carbono, que exigem para continuar a bombear hidrocarbonetos.
“A COP28 está agora à beira do fracasso total”, escreve Al Gore no Twitter, acrescentando que o mundo “precisa desesperadamente de eliminar os combustíveis fósseis o mais rapidamente possível, mas este projeto obsequioso parece ter sido ditado pela OPEP, palavra por palavra”.
“É ainda pior do que muitos temiam. É ‘Dos Estados petrolíferos, pelos Estados petrolíferos e para os Estados petrolíferos’. É profundamente ofensivo para todos os que levaram este processo a sério”, acusa.
O antigo vice-presidente dos Estados Unidos acrescenta que “restam 24 horas para mostrar de que lado está o mundo: do lado que quer proteger o futuro da humanidade, iniciando a eliminação progressiva e ordenada dos combustíveis fósseis, ou do lado dos Estados petrolíferos e dos líderes das empresas petrolíferas e de gás que estão a alimentar a catástrofe climática histórica”.
“Para evitar que a COP28 seja o fracasso mais embaraçoso e desanimador em 28 anos de negociações internacionais sobre o clima, o texto final deve incluir uma linguagem clara sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis. Tudo o resto é um enorme passo atrás em relação ao ponto em que o mundo precisa de estar para enfrentar verdadeiramente a crise climática e garantir que o objetivo de 1,5°C não morre no Dubai”, conclui.