Aldeia italiana dá as boas-vindas ao primeiro bebé em 28 anos
Não é novidade que a desertificação rural não é um fenómeno português, mas sim global. No entanto, os países do mediterrânico são dos mais afectados, na Europa, por este desinvestimento nas aldeias e vilas em tempos habitadas por centenas e milhares de pessoas.
Porém, há sempre histórias de sucesso que contrariam o pessimismo que se abate nestes locais. Como esta, que nos informa que uma aldeia italiana, Ostana, acabou de receber o seu primeiro bebé em quase três décadas – 28 anos, para sermos mais exactos.
O bebé Paolo tornou-se o 85º habitante de Ostana, uma aldeia que, há 100 anos, tinha mais de 1.000 residentes. O cenário já foi pior: nos anos 80 e 90, a aldeia esteve muito perto de ficar deserta; porém, os últimos anos foram inspiradores para os habitantes do local, que vive sobretudo de um resort de montanha, um bar, dois restaurantes e uma loja.
O principal problema de Ostana é a falta de emprego e de ligação ao resto do país. “O problema é que não há políticos para ajudar uma pequena comunidade de montanha – estamos muito longe de Roma”, explicou ao The Local o mayor local, Giacomo Lombardo.
Em Ostana nasceram apenas 17 bebés entre 1976 e 1987 – e, desde então, apenas Paolo. E mesmo ele nasceu por um acaso: os seus pais, Silvia Rovere e Josè Berdugo Vallelago, estiveram pronto a deixar a aldeia – os bilhetes de avião já tinham sido comprados – mas foram convencidos a ficar, à última da hora, por Giacomo Lombardo. A autarquia ofereceu-lhes empregos no resort e, com alguma estabilidade, decidiram permanecer. “É incrível ver finalmente alguém nascer aqui. Mostra o nosso esforço para reverter o declínio populacional”, concluiu Lombardo.
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