Alta velocidade: ZERO pede avaliação de alternativa paralela à linha do Oeste com destino à nova estação de Chelas

A associação ambientalista ZERO diz que é preciso encontrar alternativa ao último troço da Linha de Alta Velocidade (LAV) entre o Porto e Lisboa correspondente à ligação entre Soure e Carregado.
Em comunicado, a organização sugere um traçado alternativo paralelo à atual linha do Oeste entre Soure e Torres Vedras e a partir daí partilhando o mesmo corredor da nova linha suburbana prevista no Plano Ferroviário Nacional (PFN) até à nova estação de Chelas, permitindo a partir daí a ligação ao Barreiro e ao novo Aeroporto através da nova travessia ferroviária sobre o Tejo.
“Esta solução evitaria o atravessamento ou a proximidade ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e da Zona de Proteção Especial do Estuário do Tejo”, defende a associação. “Além disso, esta alternativa permitiria descongestionar a Linha do Norte entre Castanheira do Ribatejo e Lisboa-Oriente, uma das zonas mais saturadas da rede ferroviária nacional.”
A análise realizada pela ZERO evidencia que a opção Soure – Torres Vedras – Chelas permite reduzir a pressão sobre comunidades locais face ao inevitável futuro aumento de capacidade entre o Carregado e a Estação do Oriente, que é objeto de contestação entre as populações de Vila Franca de Xira e de Alhandra.
Segundo, os ambientalistas, esta alternativa permite maiores e mais rápidas reduções de emissões de gases com efeito de estufa (GEE), ao possibilitar a construção simultânea deste troço da LAV e da variante ferroviária de Loures na Linha do Oeste, promovendo uma mobilidade mais eficiente e sustentável na Área Metropolitana de Lisboa.
Além disso, argumenta a ZERO, esta alternativa possibilita uma ligação ferroviária mais eficiente ao novo Aeroporto de Lisboa, através da criação na estação central de Chelas de um terminal remoto que permitiria a realização de operações de check-in e transferência de bagagem, promovendo um modelo intermodal mais eficaz.
“As receitas da taxa de carbono sobre a aviação acumulam entre 150 e 200 milhões de euros desde que foi criada e deverá atingir um total de 500 milhões de euros até 2030, e pode dar um contributo significativo para concretizar este investimento ferroviário que permite reduzir o impacto climático das viagens Porto e Lisboa e adicionalmente entre a região Oeste e o norte da AML e a capital do país”, afirma a ZERO.
Como tal, salienta que é preciso comparar as duas alternativas “antes de qualquer decisão final”, que deverá ser “baseada numa análise rigorosa dos impactos e das oportunidades oferecidas por cada alternativa”.