Ambientalistas alertam para lentidão na proteção contra substâncias químicas na UE
A União Europeia (UE) está a atrasar-se no compromisso de “reduzir significativamente” a exposição dos cidadãos a substâncias químicas perigosas, avisou o Gabinete Europeu do Ambiente (EEB), a maior rede de organizações ambientais da Europa.
Num comunicado no qual alerta para a lentidão na proteção contra produtos químicos, o EEB recorda o lançamento, há quatro anos, da Estratégia para a Sustentabilidade dos Produtos Químicos e diz que desde então apenas foi cumprido um dos 13 objetivos de referência da Estratégia.
A Comissão adotou esta estratégia em 14 de outubro de 2020.
A iniciativa faz parte da ambição de poluição zero da UE, um compromisso fundamental do Pacto Ecológico Europeu, e visa “proteger melhor os cidadãos e o ambiente dos produtos químicos nocivos e impulsionar a inovação, promovendo a utilização de produtos químicos mais seguros e sustentáveis”, segundo a própria Agência Europeia das Substâncias Químicas (ECHA).
Num relatório com o título “Do risco à resiliência: Navegar rumo a um futuro livre de substâncias tóxicas”, o EEB revela que, embora a transição esteja a progredir em alguns domínios da segurança química, noutros está apenas no início.
“São urgentemente necessários mais esforços” para reduzir o impacto das substâncias nocivas na saúde humana e no ambiente, e “tornar as substâncias químicas seguras e sustentáveis”, tal como foi referido pelas agências europeias do Ambiente e das Substancias Químicas, diz o EEB.
E acrescenta que as mesmas agências observaram também que “a utilização global dos produtos químicos mais nocivos (em especial os cancerígenos, mutagénicos e tóxicos para a reprodução) continua a aumentar”.
Além disso, diz, a produção da UE de produtos químicos continua a crescer e atingiu um máximo de uma década em 2022.