ANP|WWF defende mais financiamento e abrangência geográfica na prevenção de incêndios



Portugal Continental encontra-se em Situação de Alerta por risco de incêndio até ao dia 21 de julho. De acordo com o Sistema de Gestão de Incêndios Florestais (SGIF) e com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), arderam, desde o começo do ano, 57 940 hectares – mais do que o dobro dos que arderam em 2021.

A Associação Natureza Portugal (ANP|WWF) defende que deve existir mais financiamento e maior abrangência geográfica nas medidas de prevenção de incêndios. Referindo-se ao Programa de Transformação da Paisagem, ainda em curso em algumas áreas do país, a associação diz que o mesmo “terá de passar por um necessário reforço e reformulação do Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum (PEPAC), já que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de onde vem a maior parte do financiamento daquele programa, tem de ser executado até final de 2023”.

Os eventos climáticos extremos vão ser cada vez mais frequentes e cada vez mais graves, no entanto continuamos a não estar preparados para as consequências que daqui advêm. O nosso país não está ainda inteiramente preparado para o risco associado às temperaturas elevadas, quer ao nível dos comportamentos que causam os incêndios, quer ao nível da gestão do território e da paisagem”, afirma Catarina Grilo, Diretora de Políticas e Conservação da ANPlWWF.

Além da aposta na paisagem em mosaico – que é mais resistente aos grandes incêndios -, na gestão ativa de florestas de produção e na remuneração por serviços de ecossistemas a quem se comprometa com a gestão florestal responsável, a ANP|WWF refere a necessidade de tomar outras medidas, nomeadamente: conhecer, ordenar e limitar o uso de eucalipto não gerido; ordenar e repensar a paisagem também ao nível da pastorícia, que pode reduzir a carga combustível na floresta; reorganizar as populações dispersas acautelando a função económica de cada território; integrar as funções de produção e conservação nos ecossistemas florestais; e avançar com a certificação florestal – processo através do qual proprietários e gestores florestais se comprometem com práticas de gestão respeitadoras de critérios socio-económicos e ambientais.

Para a ANP|WWF, sublinha ainda a importância da ação após a ocorrência dos incêndios florestais. “Na sequência de um grande incêndio, para além de se reverem as falhas na capacidade de extinção e na resposta a emergências, devem ser envidados esforços para recuperar a paisagem, abordando as principais causas e promovendo a adaptação e a resiliência social e ambiental. É fundamental intervir nas áreas ardidas para estabilizar o solo, promover mosaico da paisagem e recuperar a biodiversidade”, conclui Catarina Grilo.





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