Ansiedade ecológica leva a perda de milhares de milhões de euros em produtividade dos trabalhadores



Poderão as ansiedades em relação à natureza e ao clima prever comportamentos sociais futuros, da mesma forma que o sentimento dos consumidores antecipa as compras e os investimentos?

A sugestão é feita na revista Cell Press One Earth, pelo Professor Emérito da Universidade de Griffith, Ralf Buckley, numa antevisão de um artigo liderado pelo Professor Thomas Pienkowski no Reino Unido.

O Professor Buckley afirma que o estudo internacional Global Burden of Disease Study demonstrou que a ansiedade e a depressão estão generalizadas e a agravar-se.

“Os custos económicos chegam a representar 16% do PIB mundial, com uma perda média de 19 dias por ano para cada pessoa em todo o mundo”, afirmou Buckley, explicando que “as causas são múltiplas e incluem as atuais crises climáticas, de biodiversidade e de meios de subsistência.

“O artigo do Professor Pienkowski chama a atenção para o facto de as respostas do sector da saúde, como o aconselhamento e a quimioterapia, abordarem apenas os sintomas e não os determinantes sociais subjacentes”, sublinha.

“A ansiedade e os seus custos económicos continuarão, por conseguinte, a aumentar até que consigamos introduzir mudanças significativas nos sistemas económicos e políticos mundiais”, alerta.

O Professor Buckley argumentou que poderíamos utilizar os atuais tipos e intensidades de ansiedade ecológica para medir as expectativas das pessoas em relação ao futuro do planeta.

“Ansiedades mais elevadas podem significar que mais pessoas adotam estilos de vida com menos filhos e menos ambições financeiras”, afirmou.

“As mudanças sociais em grande escala são exatamente o que é necessário para reduzir os impactos humanos na Terra, antes que esta seja incapaz de suportar a sua população humana ainda em crescimento”, avisa.

Por conseguinte, o Professor Buckley sugere que se acompanhem as alterações nos vários tipos de eco-ansiedade e que se estabeleça uma correspondência com as escolhas de estilo de vida, a fim de prever quais as alterações suscetíveis de ocorrer nos milhares de milhões de pessoas no planeta.

O artigo de opinião “Immediate economic significance of nature, climate and livelihood anxieties” foi publicado na revista One Earth.





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