Ao contrário dos humanos e outros animais, os diabos-da-Tasmânia só têm uma dentição



Os humanos e os cães, por exemplo, bem como outros animais, têm mais do que uma dentição ao longo das suas vidas. Nós, por exemplo, temos os chamados dentes de leite e, depois de caírem, temos a dentição definitiva.

Num caso mais extremo, a dentição dos tubarões está constantemente a ser renovada. No outro polo, estão os diabos-da-Tasmânia (Sarcophilus harrisii).

Este marsupial nativo, como o nome indica, da ilha da Tasmânia, tem apenas um conjunto de dentes durante toda a sua vida, desde que nasce até que morre. A descoberta foi feita pela bióloga Menna Jones, da Universidade da Tasmânia, que há mais de 30 anos estuda estes animais extremamente ruidosos que justificam bem o nome comum que lhes foi atribuído.

Menna Jones segura o maior diabo-da-Tasmânia (macho) que alguma vez encontrou. Pesava mais de 14 quilogramas.
Foto: Universidade da Tasmânia

Num artigo publicado na ‘Proceedings of the Royal Society B’, a investigadora explica que, quando são pequenos, os diabos-da-Tasmânia têm dentes muito pequenos, proporcionais ao tamanho do seu corpo.

Evolução da dentição de uma fêmea de diabo-da-Tasmânia, com um, dois e cinco anos (da esquerda para a direita).
Foto: David Hamilton. Fonte: Universidade da Tasmânia

Contudo, quando são desmamados, têm de se tornar independentes e ser capazes de caçar. Nessa altura, “em vez de perderem tempo a mudarem para uma dentição adulta, como os humanos fazem, os dentes dos diabos simplesmente ‘irrompem’ gradualmente das suas maxilas e gengivas”, até preencherem a boca do animal.

Além do diabo-da-Tasmânia, uma espécie ‘Em Perigo’ e com uma tendência populacional decrescente, Jones identificou o mesmo fenómeno de dentição única noutras espécies, também marsupiais, de dasiurídeos e ainda no extinto lobo-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus).





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