Aquecimento global está a fazer nascer mais tartarugas fêmeas
O aquecimento global, resultante das alterações climáticas, está a fazer com que nasçam cada vez mais tartarugas fêmeas. Estes efeitos foram já observados em tartarugas-marinhas que nasceram nos últimos quatro anos no arquipélago de Florida Keys, nos Estados Unidos.
“Os cientistas que estão a estudar os filhos e os ovos das tartarugas marinhas não encontraram tartarugas marinhas machos, apenas tartarugas marinhas fêmeas nos últimos quatro anos“, explica Bette Zirkelbach, dono do Turtle Hospital de Marathon, à Reuters. A principal causa são as ondas de calor que se fizeram sentir, durante estes quatro anos, na região.
O sexo das tartarugas é determinado conforme a temperatura que ocorre durante o período do seu desenvolvimento. De acordo com o Serviço Nacional do Oceano da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, se os ovos forem incubados com menos de 27,7°C, nascem machos, se forem incubados acima de 31°C, nascem fêmeas. Quando nascem crias dos dois sexos é porque existiu uma flutuação das temperaturas do ar. Além disso, os investigadores alegam também que, quanto mais quente estiver a areia, mais probabilidade há de nascerem tartarugas fêmeas.
Como acrescenta a cuidadora de tartarugas marinhas do Jardim Zoológico de Miami, Melissa Rosales Rodriguez, em entrevista à agência de notícias, outra questão é o facto de que, em cada 100 ovos, apenas um chega à idade adulta. No caso de nascerem 99 fêmeas e apenas um macho, isso cria uma grande desigualdade na distribuição da espécie. “Ao longo dos anos, veremos um declínio acentuado na sua população simplesmente porque não temos diversidade genética. Não temos a proporção macho-fêmea necessária para podermos ter sessões de reprodução bem-sucedidas”, alerta a especialista.