Áreas marinhas protegidas de grandes dimensões essenciais para proteger a megafauna migradora



Áreas marinhas protegidas (AMP) de grandes dimensões são fundamentais para proteger animais migradores de grande porte que viajam pelos mares e oceanos do planeta e para alcançar as metas globais de proteção da biodiversidade.

Uma investigação publicada esta semana na revista ‘Journal of Applied Ecology’ revela que 95% das movimentações feitas por tartarugas e aves marinhas por mantas foram registadas dentro dos limites da AMP no arquipélago de Chagos, no Oceano Índico, a cerca de 500 quilómetros para sul das Maldivas.

Com base no estudo dessa AMP com 640 mil quilómetros quadrados (km2), os investigadores acreditam que quanto maior for a AMP mais bem protegidas estarão as espécies de grandes animais marinhos que percorrem longas distâncias para procurarem alimento e para se reproduzirem.

Como tal, esta equipa de cientistas e especialistas de universidades, centros de investigação e organizações não-governamentais do Reino Unido e da Austrália considera que AMP de grandes dimensões “uma estratégia para alcançar a proteção de 30% do oceano até 2030”, uma meta também conhecida por 30×30 e definida no Acordo de Kunming-Montreal saído da 15.ª conferência da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (COP15), realizada em dezembro de 2022.

No entanto, reconhecem que não há ainda consenso universal sobre os benefícios das grandes AMP, que se definem como AMP com mais de 100 mil km2.

Neste trabalho, os cientistas simularam também de que forma uma AMP com essa dimensão mínima afetaria as movimentações dos animais marinhos, e estimaram que as 97% das movimentações das mantas e 94% das das tartarugas continuariam a acontecer dentro dos limites da AMP. Contudo, sugerem que apenas 59% das movimentações das aves marinhas ficariam aquém das fronteiras da zona protegida, “porque viajam por áreas maiores”, dizem os autores em comunicado.

“Os nossos resultados mostram o papel [de AMP de grandes dimensões] na proteção de espécies diversas e ameaçadas de megafauna marinha, acrescentando valor ao papel das [de AMP de grandes dimensões] como um veículo útil para aumentar a extensão da proteção oceânica e ajudar as nações a atingirem os seus objetivos de conservação marinha 30×30”, escrevem os investigadores no artigo.






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