Árvore secular e emblema da Serra Leoa destruída por tempestade
Um dos emblemas da Serra Leoa, a secular “Árvore do Algodão” da capital, Freetown, perdeu todos os ramos na sequência de uma tempestade na quarta-feira à noite, anunciou o Governo.
Tudo o que resta da árvore gigante de 70 metros, conhecida localmente como “Árvore do Algodão”, é a base do seu enorme tronco, que ainda está de pé, na sequência de “chuvas torrenciais e ventos fortes”, disse hoje, em comunicado, o Governo deste pequeno país da África Ocidental.
Cerca de uma centena de pessoas reuniram-se à volta do local na manhã de hoje em sinal de luto, noticiou a agência France-Presse. A polícia e o exército foram mobilizados para a limpeza do local.
“Durante séculos, o algodoeiro foi um emblema orgulhoso da nossa nação, um símbolo que cresceu e serviu de abrigo a muitas pessoas”, afirmou o Presidente, Julius Maada Bio, no comunicado.
“Fiquei chocada ao ver o nosso querido algodoeiro destruído quando ia para o trabalho esta manhã”, disse Gibrilla Sesay, uma funcionária do setor financeiro de 34 anos.
De acordo com a tradição, era debaixo desta árvore, chamada de “kapok tree”, “lover tree” ou “cottonwood”, que os escravos que desembarcavam da América do Norte, onde tinham conquistado a sua liberdade lutando do lado britânico durante a Guerra da Independência Americana, vinham rezar e agradecer aos céus no final do século XVIII.
A imagem da árvore adornou notas e selos e a sua fama valeu-lhe a visita da Rainha Isabel II em 1961.
A idade exata da “Árvore do Algodão” é desconhecida, mas sabe-se que já existia em 1787. É tradição os serra-leoneses se reunirem sob a árvore para rezar e fazer oferendas pela paz e prosperidade.
A árvore já tinha sido atacada por um incêndio em 2018 e novamente em 2020.
A Serra Leoa tem sofrido várias catástrofes ambientais nos últimos anos.
Em agosto de 2017, mais de 1.100 pessoas morreram na sequência de um deslizamento de lama na capital causado por fortes chuvas.