As maiores cidades europeias estão cada vez mais vulneráveis a eventos extremos de seca

Novo estudo revela que as 100 cidades mais densamente povoadas do mundo estão cada vez mais vulneráveis a eventos extremos de secas e cheias, ameaçando a segurança e a sobrevivência de várias comunidades.
De acordo com a WaterAid, que produziu a análise em colaboração com investigadores das universidades britânicas de Cardiff e de Bristol, quase 15% das cidades estudadas tem experienciado uma intensificação tanto dos fenómenos de seca e como dos de cheias. Por outro lado, 20% tem visto uma mudança de um extremo para o outro, ou seja, cidades que antes eram habitualmente afetadas por cheias sofrem agora com secas, e vice-versa.
No sudeste asiático estão os centros urbanos que estão cada vez mais a registar cheias sem precedentes, ao passo que na Europa as cidades estão a sofrer mais e mais eventos de seca intensa. Tanto num caso como no outro, dizem os relatores, o acesso das pessoas a água limpa e a segurança hídrica estão a ser fortemente impactados.
Entre as cidades europeias mais afetadas por fenómenos de seca mais frequentes e duradouros estão Madrid, Barcelona, Londres, Paris, Berlim, Estocolmo, com todas elas a registar uma tendência de agravamento desses eventos desde 1982.
Revelando que quase 90% de todos os desastres climáticos são causados atualmente por excesso ou escassez de água, a WaterAid estima que eventos extremos de seca e de cheias aumentaram 400% nos últimos 50 anos.
Os autores do relatório avisam que, como as estimativas apontam para que até 2050 dois terços da população mundial estará a viver em cidades e com as previsões climáticas a antever eventos extremos mais intensos, “é urgente que os legisladores percebam as ameaças às infraestruturas e à sociedade” e que “façam muito mais” para assegurar um “acesso universal e equitativo” a serviços de água, saneamento e higiene de qualidade.