Assembleia Municipal de Lisboa apela ao empenho de todos na “proteção da cidade”
A Assembleia Municipal de Lisboa apelou hoje ao empenho de todos na “proteção da cidade”, exortando as forças políticas a colocarem o interesse público “acima dos interesses de circunstância partidária”.
Em comunicado, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse, exorta “as forças políticas da cidade a procurarem as soluções mais adequadas à proteção da cidade e das pessoas, colocando estes interesses acima dos interesses de circunstância partidária de cada momento”.
Simultaneamente, Rosário Farmhouse, eleita deputada municipal pelas listas do PS, realça que essa proteção não cabe apenas às instituições, mas a “cada um” dos habitantes da cidade, que “deve fazer a sua parte para se adaptar e mitigar os efeitos dos fenómenos climáticos extremos que, cada vez com maior frequência”, irão ocorrer.
Nesse sentido, a eleita municipal convoca “todas as pessoas da cidade a desenvolverem uma cultura de proteção civil”, planeando com antecedência os comportamentos a adotar nos momentos de emergência.
“Todos somos proteção civil”, assinala.
Manifestando solidariedade com os habitantes de Lisboa afetados pelo mau tempo e pelas cheias na cidade, a presidente da AML sublinha “a coragem e a determinação de todos os que procuram erguer de novo as suas vidas e os seus negócios” e agradece em particular às forças de segurança e aos serviços municipais “envolvidos nos trabalhos de salvamento e recuperação”.
Rosário Farmhouse aplaude ainda o executivo da Câmara Municipal de Lisboa, dirigido por Carlos Moedas (coligação Novos Tempos, que junta PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança), “por estar a implementar o Plano Geral de Drenagem, decidido, projetado, financiado e adjudicado pelo executivo anterior”.
Nas últimas duas décadas, o município de Lisboa contou com seis presidentes de câmara, sempre alternando entre PSD e PS (com os socialistas a governarem durante 14 dos 20 anos).
Em fevereiro de 2006, enquanto presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues (independente, apoiado pelo PSD) anunciou a elaboração de um plano de drenagem, para melhorar a gestão das redes de esgotos e minimizar problemas como as inundações e a poluição.
Em julho de 2015, com Fernando Medina (PS) na presidência da câmara, foi apresentado o Plano Geral de Drenagem de Lisboa 2016-2030, com o objetivo de construir, até 2019, dois túneis, um entre Santa Apolónia e Monsanto e outro entre Chelas e o Beato, para combater as inundações na cidade.
O Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) é considerado uma obra importante para enfrentar cheias e inundações na capital, mas as grandes intervenções, nomeadamente a construção de túneis, só arrancaram este ano.
Com um investimento total de cerca de 250 milhões de euros, o PGDL visa proteger a cidade dos impactos das alterações climáticas, permitir a reutilização de águas para alimentar e reforçar a rede de rega de espaços verdes, a lavagem de ruas e as redes de combate a incêndios, e diminuir a fatura da água potável.
Depois das eleições autárquicas de 2021, em que Carlos Moedas venceu a presidência da câmara, o executivo municipal começou a requerer ao Governo a declaração de utilidade pública da expropriação de imóveis e da constituição de servidões administrativas, para a implementação do Plano Geral de Drenagem 2016-2030.
As inundações registadas na noite desta quarta-feira na cidade de Lisboa, em particular nas zonas de Alcântara, Baixa, Campo Grande, Campo Pequeno e Benfica, voltaram a trazer ao de cima a importância da concretização do plano de drenagem, com o presidente da câmara a prometer a construção dos dois túneis até 2025, considerando que, se a empreitada já tivesse feita, as situações de cheias registadas não teriam