Associação ambientalista Quercus faz balanço gestão resíduos
A associação ambientalista Quercus estimou que se todos os resíduos urbanos biodegradáveis (RUB) fossem devidamente separados e valorizados a taxa de deposição em aterro poderia passar de 59% para 20%.
A estimativa, em comunicado, faz parte de um ponto da situação sobre a gestão de resíduos urbanos em Portugal divulgado sexta-feira.
Lembrando que o país está longe das metas estabelecidas, especialmente no desvio dos resíduos de aterros e na recuperação de biorresíduos, que constituem 40% dos resíduos produzidos pelos portugueses, a associação salienta a urgência em melhorar a separação dos resíduos multimateriais, porque “a taxa de retoma destes materiais está significativamente abaixo do esperado”.
A Quercus diz no comunicado esperar que as novas medidas do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), como o sistema de depósito com reembolso, “contribuam tanto para a redução como para a separação”, e acrescenta que a incineração deve ser a última opção antes do aterro.
Citando os dados do Relatório Anual de Resíduos Urbanos (RARU) do ano passado a Quercus recorda que os portugueses produzem 1,4 quilos de resíduos urbanos por dia, quando a meta para o próximo ano é 1,3 quilos e para 2030 é 1,2 quilos.
No ano passado 76% dos resíduos urbanos foram alvo de recolha indiferenciada, só 1% menos do que em 2022.
No ano passado 59% dos resíduos urbanos foram depositados em aterro (34% diretamente, sem passar por tratamentos). A meta para 2035 é 10%.
Nos restantes, 12% foram incinerados, 14% foram reciclados, e 08% foram compostados.
Em 2023 32% dos resíduos urbanos foram preparados para reutilização e reciclagem, uma redução de 01% face a 2022. A meta para 2025 é 55% e em 2030 é preciso chegar a 60%.
Nos biorresíduos apenas 11% foram recolhidos de forma seletiva. A meta para 2025 é de 55%. A meta de 2030 é de 70%.
Dados também de 2023 citados pela Quercus indicam que apenas 13% dos municípios fazem a recolha seletiva de biorresíduos.