Associação pede igualdade para pescadores no Parque Marinho do Algarve



A Associação dos Armadores Pescadores de Quarteira (Quarpesca) vai pedir ao Governo igualdade para todos os profissionais da pequena pesca costeira que vão ficar impedidos de operar no futuro Parque Marinho do Algarve, foi hoje anunciado.

“Queremos e vamos pedir ao Governo igualdade para todos os pescadores que operam na área do futuro parque marinho do Algarve, independentemente do porto de referência que as embarcações têm”, refere a Quarpesca em comunicado.

A associação afirma que o modelo económico apresentado pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR) “não agrada à maioria dos pescadores” e defende um tratamento igual para todas as embarcações da pequena pesca profissional”.

O Parque Natural Marinho do Recife do Algarve (PNMRA) – Pedra do Valado, situado entre Lagoa, Armação de Pera (Silves) e Albufeira, resultou de um trabalho conjunto do CCMAR e da Fundação Oceano Azul, que propuseram a criação de uma área marinha protegida de interesse comunitário ao Governo, em maio de 2021.

Considerada uma das zonas mais importantes de pesca no mar do Algarve, o local concentra perto de 900 espécies píscolas, 12 das quais novas para a ciência.

A proposta de classificação do parque foi aprovada na passada terça-feira, numa reunião de secretários de Estado, e deverá entrar em consulta pública ainda durante o mês de junho.

Em declarações à Lusa, o presidente da Quarpesca, Hugo Martins, disse que os pescadores compreendem a necessidade de proteger os recursos marítimos, “mas não deve ser a pequena pesca costeira ou local a pagar o preço pela implementação do projeto”.

Segundo Hugo Martins, a proposta final apresentada pelo CCMAR, interlocutor dos pescadores, “não foi a que foi defendida durante o debate que decorreu durante vários anos”.

“Além das compensações financeiras, defendemos a alteração da zona de operação das embarcações por arte de arrasto para as oito milhas náuticas e não para as seis milhas como consta da proposta”, notou.

De acordo com o representante, a alteração “permitirá à pequena pesca costeira compensar o espaço que perderá com a criação do parque”, implantado numa zona protegida com cerca de 150 quilómetros quadrados.

“Trata-se de uma área de grande importância para os setores da pesca e do turismo, sendo a pesca profissional a mais prejudicada”, destacou.

A Quarpesca estima que com a criação do Parque Marinho do Algarve, “as perdas de rendimentos das 50 embarcações associadas ascendam aos três milhões de euros anuais”.

O modelo económico proposto, acrescentou o representante, não agrada às várias associações do setor, que vão reunir-se para tomar uma posição conjunta para apresentar ao Governo, considerando que a criação do Parque Marinho do Algarve “está longe de ser uma decisão pacífica”.





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