Bento XVI: o legado ambiental do Papa verde

Na segunda-feira, o mundo viu e ouviu o Papa Bento XVI anunciar a sua saída a 28 de Fevereiro, às 20h italianas. Bento XVI, que tomou posse em 2005, ficará conhecido, entre outros, como o Papa verde, pelas suas constantes referências à sustentabilidade e assuntos ambientais.
Ao longo dos últimos sete anos, o Papa utilizou os seus princípios católicos para pressionar os Governos e governantes para a necessidade de lutar contra as alterações climáticas – já o fazia antes de ser Papa, de resto.
Bento XVI reflectiu sobretudo sobre o verdadeiro significado do progresso e do desenvolvimento económico, e o que isso significava para os recursos limitados do Planeta e para a população mais pobre.
Em 2009, o Papa inspirou o livro “Dez Mandamentos do Ambiente: O Papa Bento XVI fala da criação e justiça”.
Escrito pela autora e jornalista Woodeene Koenig-Bricker, o livro reúne e analisa os principais discursos de Bento XVI ligados ao ambiente. Koenig-Bricker ajuda o leitor a perceber que o estilo de vida ambientalmente responsável é uma “responsabilidade moral para com os pobres, que mais sofrem com as alterações climáticas que provocam escassez de recursos”.
O livro compila ainda várias ideias para um dia-a-dia sustentável.
Mais recentemente, em 2012, o próprio Papa Bento XVI publicou “O Ambiente”, livro onde partilha algumas das suas ideias sobre o direito de todos à alimentação, água e responsabilidade partilhada.
Paralelamente, Bento XVI elevou a responsabilidade ambiental do Vaticano, ao pedir aos líderes mundiais para “acordarem uma resposta credível e responsável para este fenómeno preocupantes [as alterações climáticas], tendo sempre em mente as populações mais pobres e futuras gerações”.
E também executou algumas acções práticas, como iniciativas de eficiência energética e mobilidade sustentável – com noticiámos aqui e aqui.