Bexigas-natatórias dos peixes podem ser úteis num tratamento para a insuficiência cardíaca

Os hidrogéis, que são materiais macios formados por polímeros reticulados, podem ter uma variedade de aplicações médicas. Numa investigação publicada na revista Advanced Science, os investigadores desenvolveram um hidrogel injetável contendo componentes de bexigas-natatórias de peixes e utilizaram-no para reparar tecido cardíaco danificado.
A bexiga-natatória dos peixes é um órgão que os ajuda a flutuar na água e é composta por colagénio, glicosaminoglicanos e elastina, assemelhando-se muito a partes do coração humano.
As experiências revelaram que o hidrogel à base de bexiga natatória dos investigadores melhora a adesão e o alongamento das células cardíacas, ao mesmo tempo que promove a formação de novos vasos sanguíneos e leva as células imunitárias a combater a inflamação.
O hidrogel também forneceu um suporte sustentado para as contrações cardíacas. Estes efeitos foram observados após o tratamento com o hidrogel em células de cultura e num modelo de insuficiência cardíaca isquémica em ratos.
“A perda irreversível de cardiomiócitos – ou células do músculo cardíaco – na sequência de eventos isquémicos, sublinha a necessidade premente de novas estratégias regenerativas na reparação do miocárdio”, afirma o autor correspondente Zhihong Wang, PhD, da Universidade de Nankai, na China.
“Ao aproveitar a bioatividade única dos biomateriais derivados da bexiga-natatória dos peixes para melhorar o desempenho do hidrogel, esta abordagem inovadora promete fazer avançar significativamente a restauração da função cardíaca e ultrapassar as atuais limitações terapêuticas”, conclui.