Bolhas vulcânicas revelam o futuro incerto dos recifes de coral face à acidificação dos oceanos



Um estudo internacional publicado na Communications Biology alerta para o impacto crescente da acidificação dos oceanos nos recifes de coral, com base na observação de recifes únicos em Papua Nova Guiné. A investigação revela que, à medida que o dióxido de carbono (CO₂) aumenta na atmosfera, os recifes tornam-se menos complexos, dominados por algas e com uma redução acentuada na sobrevivência de corais jovens.

A equipa, liderada pelo Australian Institute of Marine Science (AIMS), analisou recifes expostos a fluxos de CO₂ provenientes de vulcões submarinos. “Estas laboratórios naturais funcionam como uma máquina do tempo”, explica a investigadora Katharina Fabricius. “Permitem-nos estudar os limites de tolerância dos recifes e prever como reagirão a diferentes cenários de emissões.”

O estudo indica que, caso se mantenham os níveis elevados de CO₂, esperam-se recifes menos resilientes e com menor capacidade de recuperação, afetando também as comunidades costeiras que dependem da pesca associada a estes habitats.

O trabalho aponta que a acidificação oceânica já reduziu o pH dos mares em cerca de 30% e prevê-se que desça para 7,8 até 2100. À medida que o CO₂ aumenta, verifica-se uma progressiva substituição de corais e algas calcárias por algas moles, sem colapso súbito, mas com impactos acumulativos significativos.

“Observámos menos corais jovens, o que compromete o crescimento e a regeneração dos recifes. Isto terá consequências diretas para os ecossistemas e para as pessoas que deles dependem”, alerta Sam Noonan, coautor do estudo.

O estudo envolveu também investigadores da Universidade da Austrália Ocidental e da Arábia Saudita, reforçando a necessidade urgente de medidas de mitigação para proteger os recifes e as comunidades costeiras do mundo.






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