Borás, na Suécia, a cidade onde o lixo é transformado em energia



Uma simples visita à Wikipedia informa-nos que Borás é a típica cidade sueca: pacata, tranquila, eficiente e limpa. O que o site enciclopédico não nos diz, porém, é que a cidade de 65 mil habitantes trata biologicamente e transforma a maior parte dos seus resíduos sólidos em energia (biogás).

Esta energia não só abastece a maior parte das casas e estabelecimentos comerciais como é utilizada para fazer andar a frota de 59 autocarros que integram o sistema de transporte público local.

A verdade é que Borás leva esta iniciativa tão a sério que chega a importar lixo, uma vez que a produção própria não é suficiente para abastecer os seus geradores de biogás – um dos mais avançados da Europa.

De acordo com o professor de biotecnologia da Universidade de Borás, Mohamamd Taherzadeh, a cidade produz três milhões de metros cúbicos de biogás a partir de resíduos sólidos. “Para atender à procura de energia, analisamos resíduos que possam ser incinerados e importamos lixo de outros países para alimentar o gaseificador”, explicou o académico.

Este modelo de gestão de resíduos sólidos começou a ser implementado em meados de 1995, tendo ganho um grande impulso em 2002, com o estabelecimento de uma legislação que baniu a existência de aterros sanitários nos países membros da União Europeia (UE).

Nessa altura, a cidade implementou um sistema de recolha selectiva de lixo em que os moradores separam os resíduos em diferentes categorias, despejando-os em contentores espalhados pela cidade. Aqui não há grande novidade. A inovação vem quando os resíduos seguem para uma central eléctrica, onde são separados por um processo óptico e encaminhados para reciclagem, compostagem ou incineração.

“Começámos o projecto em escala pequena. Ele pode ser replicado em qualquer região metropolitana do mundo”, conclui Taherzadeh.






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