Bosch quer aumentar eficiência de edifícios e processos com agenda de 136 ME



A agenda mobilizadora Illiance, liderada pela Bosch de Aveiro, e que conta com um investimento de 136 milhões de euros, visa melhorar a eficiência energética dos edifícios e o processo produtivo das empresas, disse à Lusa um responsável.

“A agenda, no total, vai desenvolver 85 novos produtos, que vão estar no final de 2025 disponíveis no mercado. Com esses 85 produtos, prevemos gerar mais de 250 milhões de euros de vendas, um impacto interessante, e 480 postos de trabalho”, disse à Lusa Nelson Ferreira, responsável pelo projeto.

Em causa está a Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial Illiance, constituída no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e liderada pela Bosch, mas que conta com empresas como a Amorim Cork Composites, Revigres, EDP, ISQ, Saint Gobain ou as universidades de Coimbra e Aveiro.

A agenda compreende um investimento total de 136 milhões de euros, dos quais 46 milhões vindos da Bosch Termotecnologia, com sede em Aveiro, numa altura em que “a área dos edifícios é responsável, por si só, por perto de 40%” das emissões de dióxido de carbono no mundo”, aponta Nelson Ferreira.

O desenho da agenda abrangeu áreas como o “conforto, saúde e sustentabilidade”, e foi gizado por “mais de 20 empresas do setor, entre multinacionais, ‘startups’ inclusive, e pequenas e médias empresas do tecido nacional”.

“Temos que começar pelos edifícios em si”, vincou Nelson Ferreira à Lusa, apontando para “soluções quer na reabilitação, quer na nova construção”, e também à incorporação de princípios e “novos produtos baseados em economia circular”.

Quanto a exemplos, o responsável da Bosch mencionou novos pavimentos da Revigres “que incorporam material reciclado proveniente da reconstrução” de edifícios em que “todo o material cerâmico é retirado”, podendo “ser incorporado em novo material já muito mais eficiente”.

Pela Bosch, o investimento na nova fábrica de bombas de calor será tido em conta na agenda, apesar de Nelson Ferreira reconhecer que “a sustentabilidade do sistema energético não pode assentar, nesta fase, ainda, apenas na eletricidade”.

“Nós precisamos, durante um período de transição, de explorar outras soluções, nomeadamente o hidrogénio”, disse à Lusa o responsável, através de sistemas híbridos com “esquentadores preparados para misturas de gás tradicional com hidrogénio”.

Nelson Ferreira explicou ainda que a gestão eficiente de todos estes recursos energéticos “necessita de um sistema capaz”, incluindo a agenda “um sistema baseado em ‘cloud solutions’ [soluções de nuvem], com a capacidade de gerir toda a vertente da energia de forma inteligente”.

“Pode imaginar o cenário, dentro de cinco ou dez anos, em que num grande edifício, toda a gente chega a casa às sete oito da noite, liga o seu carro elétrico para começar o processo de carregamento e a energia cai, porque não há energia disponível para poder fazer face a este tipo de necessidades”, algo que o sistema inteligente evitaria.

Já quanto a inovações nos processos produtivos industriais e tecnológicos, Nelson Ferreira fala num “salto significativo”, com recurso, por exemplo a “robôs colaborativos” que trabalhem “lado a lado com os colegas humanos”.

Também está prevista a “possibilidade de usar coisas como, por exemplo, realidade aumentada” no auxílio aos trabalhadores, com “instruções de trabalho digitais” mostrando “qual é o produto que está a chegar, o que é que tem de ser feito naquele produto em concreto”.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...