Braga mantém preços da água, saneamento e resíduos, oposição queria redução



A Câmara de Braga aprovou ontem, com os votos contra de PS e CDU, a manutenção, em 2023, das tarifas e preços dos serviços de água, saneamento e resíduos no concelho para todos os utilizadores, tanto domésticos como não-domésticos.

O PS, pela voz do vereador Artur Feio, considerou que “havia margem para reduzir o tarifário”, sublinhando que a empresa que gere aqueles serviços (Agere) é “altamente lucrativa” e os seus investimentos têm sido “muito escassos”.

“Neste momento muito sensível, de grande preocupação social, acho que se poderia ir mais longe e reduzir o tarifário”, referiu.

Já a vereadora da CDU, Bárbara Barros, afirmou que, apesar da manutenção de preços e tarifas, “os consumidores vão pagar mais”, por via do aumento da taxa de gestão dos resíduos (TGR) e da atualização da taxa de recursos hídricos (TRH).

Para Bárbara Barros, a Agere deveria assumir o pagamento daquelas taxas, “poupando o bolso dos consumidores”.

“Se é verdade que o aumento das taxas é alheio à Agere [já que as taxas são cobradas pelo Estado], também é verdade que a Agere podia tornar o aumento alheio à conta do consumidor”, disse a vereadora comunista.

Na resposta, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, eleito por uma coligação liderada pelo PSD, lembrou que os tarifários da Agere “estão entre os mais baixos do país” e sublinhou que o seu executivo “inverteu o ciclo regular de aumentos significativos” dos preços.

“Não se pode dizer que os tarifários são onerosos. Em comparação com os dos outros municípios, são dos mais baixos”, referiu.

Em relação à TGR e à TRH, disse que “não faz sentido nenhum” ser a Câmara a custear “o agravamento de taxas que são aplicadas pelo Estado”.

Para a Agere, a manutenção dos preços “traduz-se numa consolidação da evolução” do tarifário e reflete “um ganho real nas faturas de todos os bracarenses pelo oitavo ano consecutivo”.

“Resultado dos ganhos de eficiência dos últimos anos, a Agere dá seguimento à estratégia de reduzir a diferença entre os preços reais do custo destes serviços e os valores que são cobrados aos consumidores, não pondo em causa os investimentos realizados e os que estão por realizar em infraestruturas e sua conservação, manutenção e substituição”, refere a proposta hoje levada a reunião de Câmara.

A Agere acrescenta que também não foi descurado o objetivo de incentivar um uso racional e moderado da água.

A empresa frisa que já tinham sido aprovadas em anos anteriores, e vão continuar em vigor, medidas como o alargamento da tarifa familiar da água a todos os agregados com quatro ou mais pessoas, que representou uma redução de 40% no valor final da parcela da água.

O alargamento da base de acesso à tarifa social, a redução de 12,5% para instituições de solidariedade social e de 20% para as juntas de freguesia e a reformulação dos escalões das associações desportivas, com a reformulação dos escalões, são outras medidas elencadas.

O Governo decidiu aumentar a Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) de 22 euros a tonelada para 25 euros e atualizar a Taxa de Recursos Hídricos (TRH).

“Estas atualizações irão repercutir-se na fatura mensal dos munícipes e serão visíveis na área ‘Pagamentos ao Estado’”, remata a Agere.





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