Brasil anuncia na ONU 846 mil ME para financiar países a preservarem florestas

O Presidente brasileiro afirmou ontem na ONU que o Brasil vai investir 1.000 milhões de dólares (846 milhões de euros) no Fundo Florestas Tropicais para Sempre, um novo instrumento destinado a financiar os países que preservem as florestas.
“O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com investimento no fundo com um bilhão de dólares. Por isso, convido todos os parceiros presentes a apresentarem contribuições igualmente ambiciosas para que o TFFF possa entrar em operação na COP30, em novembro, na Amazónia sul-americana”, afirmou Lula da Silva.
Lula da Silva convidou as restantes nações presentes no evento, realizado à margem da Assembleia Geral da ONU, a apresentarem contribuições “igualmente ambiciosas” para que o fundo possa começar a operar na COP30, a cimeira climática que terá lugar em novembro na cidade brasileira de Belém.
O chefe de Estado disse que o Brasil, principal impulsionador do fundo, pretende dar um “exemplo” ao tornar-se no primeiro país a anunciar um compromisso.
“O TFFF não é caridade. É um investimento da humanidade contra a ameaça de devastação provocada pelo caos climático”, sublinhou.
Ajay Banga, presidente do Banco Mundial, instituição que ajudou a desenhar o modelo financeiro, afirmou que o instrumento oferece uma “forma prática de ligar o financiamento a resultados mensuráveis”.
O fundo pretende mobilizar até 125.000 milhões de dólares de governos e investidores privados, que serão reinvestidos em obrigações soberanas ou títulos de grandes empresas.
As autoridades brasileiras estimam que isso gerará um retorno anual de 4.000 milhões de dólares, a repartir por mais de setenta nações tropicais, da Colômbia à Indonésia, em troca da preservação das suas florestas.
Com a ajuda de sistemas de monitorização por satélite, será avaliado o desempenho de cada país em função do seu índice anual de desflorestação, que não poderá ultrapassar o nível registado no momento da adesão ao mecanismo.