Brasil procura posição conjunta do BRICS sobre o clima e nega debate sobre moeda única



O Governo do Brasil, que este ano preside o grupo BRICS, afirmou hoje que o fórum não debate a adoção de uma moeda comum e que sugerirá às economias emergentes que elabore uma proposta conjunta para financiar o combate às mudanças climáticas.

O embaixador Mauricio Lyrio, representante do Brasil no BRICS, disse numa conferência de imprensa, que as propostas serão negociadas a partir da próxima semana em Brasília, onde se reunirão negociadores dos países-membros do fórum de países emergentes.

O grupo BRICS foi fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e nos últimos meses aceitou Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, Indonésia e Arábia Saudita como novos membros, embora esta última ainda não tenha formalizado sua adesão.

De acordo com o embaixador brasileiro, as economias emergentes continuarão as discussões que estão em andamento há anos para reduzir os custos das transações comerciais, algo que levou recentemente o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a ameaçar impor tarifas às economias emergentes.

“Uma das formas de intensificar nossas transações comerciais e financeiras é reduzindo os custos de operação. Já fazemos trocas em moedas locais no âmbito bilateral na América Latina. Mas a criação de uma moeda comum não está em discussão”, afirmou Lyrio.

Lyrio também explicou que uma das intenções da presidência brasileira do grupo é articular uma posição conjunta para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada na cidade amazónica de Belém, no norte do Brasil, em novembro.

A ideia do Brasil é aumentar o financiamento para preservação do ambiente nos países mais pobres, principalmente após os resultados insuficientes obtidos na COP29, realizada no ano passado em Baku.

O encontro em Brasília será o primeiro do fórum do BRICS deste ano e servirá para dar início aos preparativos para a cimeira de líderes, marcada para 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro.

Delegados dos estados associados ao fórum também devem participar das reuniões em Brasília, incluindo Bolívia e Cuba, representando a América Latina, além de Bielorrússia, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Nigéria.





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