Brasil quer ser “solo fértil” para investimentos energéticos



O Brasil quer ser “solo fértil” para investimentos estrangeiros no setor energético, disse hoje o ministro de Minas e Energia do país, Alexandre Silveira, em Nova Iorque, onde apresenta os projetos de transição energética do país.

O Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, quer atrair investimentos em linhas de transmissão, em projetos de geração a partir de fontes renováveis, como eólica, solar e hidrogénio verde, além de biocombustíveis e petróleo e gás.

Silveira afirmou, numa entrevista à Efe, que o Brasil tem tudo para ser protagonista global na transição energética, lembrando que o país sul-americano já produz 88% da sua eletricidade com fontes renováveis, principalmente a partir de centrais hidroelétricas.

Um dos principais projetos de investimento promovidos pelo Governo brasileiro é na área da transmissão, na qual prevê angariar 60 mil milhões de reais (cerca de 11,6 mil milhões de euros) nos próximos meses, segundo o responsável de Minas e Energia.

O ministro afirmou que “o Brasil já decidiu que vai fazer uma transição energética segura e inclusiva”, mas sublinhou que, para financiar este processo, precisa de continuar a recorrer à exploração petrolífera.

Especificamente, Silveira defendeu os planos da Petrobras, a estatal brasileira de petróleo, de explorar a existência de hidrocarbonetos na bacia marinha da foz do Amazonas, que segundo cálculos preliminares poderia abrigar importantes reservas de petróleo e gás.

Assegurou que o povo brasileiro “tem o direito” de saber a dimensão “do potencial mineral que está enterrado no solo ou no mar, para que possa decidir soberanamente” sobre a sua exploração.

Em maio passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) negou à Petrobras a concessão da licença ambiental necessária para iniciar as perfurações naquela bacia marinha, localizada a cerca de 185 quilómetros da costa do estado amazónico do Amapá.

A Petrobras recorreu dessa decisão e atualmente aguarda nova decisão do órgão regulador ambiental, que manifestou preocupação por se tratar de “uma região sensível” com rica biodiversidade e três áreas protegidas.

Silveira defendeu que o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente devem apontar “todas as condições legais cabíveis e necessárias” para autorizar a exploração de petróleo bruto pela Petrobras, que deve “cumpri-las com total segurança ambiental”.





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