British Airways quer voar com combustível a partir de lixo já em 2017



Lembra-se daquela cena do Regresso ao Futuro em que o cientista Doc Brown pega numa determinada quantidade de lixo e usa-o como combustível para o seu DeLorean (ver abaixo)? A British Airways está a copiar este modelo de combustível, um projecto desenvolvido em conjunto com a Solena Fuels e que utiliza resíduos sólidos municipais – lixo – para criar 50 mil toneladas métricas de combustível por ano.

Se tudo correr como previsto, esta será a primeira vez que o lixo será transformado em combustível – ainda por cima numa das indústrias que mais desesperadamente procura energias limpas para criar combustível.

Segundo o Treehugger, a Selena utiliza o processo de Fischer-Tropsch para desenvolver o combustível, estando a investir um total de €440 milhões (R$ 1,3 mil milhões) na respectiva tecnologia.

Depois do lixo ser limpo e de lhe serem retirados os materiais tóxicos e recicláveis, ele será combustado num ambiente com pouco oxigénio que produz uma síntese de gás de hidrogénio e monóxido de carbono, um processo conhecido como gasificação.

“Depois disto teremos um combustível bastante puro, de grande qualidade”, explicou Jonathan Counsell, chefe de sustentabilidade da British Airways. O responsável, que falava na conferência de liderança em biocombustíveis avançados, explicou que transformar lixo em combustível é duas vezes mais eficiente que a incineração dos resíduos para electricidade.

Por outro lado, este novo combustível reduz as emissões de gases com efeito de estufa até 95%, em comparação com os combustíveis fósseis. E esta percentagem não inclui as emissões de metano – um gás 30 vezes mais prejudicial ao aquecimento global que o dióxido de carbono – que resultam da decomposição do lixo nos aterros.

Se tudo correr dentro do planeado, a British Airways poderá começar a voar com combustíveis desenvolvidos a partir de lixo já em 2017. Parece ficção científica, mas há muito que a indústria da aviação precisava de uma notícia destas. Esperemos, ainda assim, que esta tecnologia não seja um incentivo para a criação de mais lixo, em vez de continuarmos a lutar pela sua inevitável redução.

Foto:  simonallardice / Creative Commons

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