Calor extremo pode ter resultado em mais de 70 mil mortes prematuras na Europa em 2022



Durante os meses de verão do ano passado, mais de 70 mil pessoas poderão ter morrido por causa dos efeitos das elevadas temperaturas que quebraram recordes um pouco por toda a Europa.

A conclusão é de um estudo coordenado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) e os resultados foram divulgados num artigo publicado esta segunda-feira na revista ‘The Lancet Regional Health – Europe’.

Um estudo anterior da mesma equipa tinha apontado para um excesso de pouco mais de 60 mil mortes entre 30 de maio e 4 de setembro de 2022. Contudo, esse trabalho baseou-se em dados de temperatura e mortalidade semanais, algo que os investigadores reconhecem que poderá subestimar o real número de mortes excessivas atribuíveis ao calor extremo.

Assim, para obterem um valor mais preciso, a equipa analisou registos diários de mortes e temperatura em 16 países europeus e a nova abordagem permitiu perceber que o estudo anterior subestimava o excesso de mortalidade relacionada com o calor em cerca de 10%.

Como tal, o número de mortes prematuras por causa das altas temperaturas do verão de 2022 foi de 70.066, e não de 62.862 como anteriormente estimado.

“Regra geral, não consideramos que os modelos baseados em agregados de dados mensais sejam úteis para estimar os efeitos a curto-prazo das temperaturas ambientes”, reconhece Joan Ballester, primeiro autor do mais recente artigo. No entanto, admite que esses modelos podem ajudar a definir programas de monitorização e políticas públicas para ajudar a reduzir os impactos de eventos climáticos extremos.





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